Ser
reconhecido é uma virtude a promover e alimentar, pois nos foi concedida para
pôr em pratica. E neste blog com o titulo Vilar de Ferreiros é como que
obrigatório fazer referência a um amigo que nos deixou, vitima de doença que
não perdoa.
Foi o José Vargas, um excelente profissional
de artes gráficas que, no ano 2000, graciosamente fez a maquetização, montagem
e fotografia da monografia “Vilar de Ferreiros – na história, no espaço e na
etnografia”. Presente no meu sentir, lá me fui despedir do amigo que, no dia 16
de Fevereiro, em São Pedro de Caneças (Odivelas) entregou o corpo à terra, e um
dia antes a alma ao Criador.
Mais velho, passei à aposentação, e lá deixei
os mais novos na labuta até que chegasse a vez deles. E se por natureza não
tenho o habito de voltar ao local que já repisei, no caso da ESSM tive na
amizade do Zé Vargas um íman a manter-me sempre ligado a esse meu ex-local de
trabalho, onde criei e convivi com inúmeros amigos, militares e civis. Em post
de 22 de Junho de 2012 divulguei este arrazoado:“Ontem foi um dia em cheio. Com
aniversário em casa, mesmo assim fui almoçar com um grupo de amigos à ESSM,
deixando para outra hora a festa familiar. Tenho uma santa mulher que não sendo
transmontana, cultiva a mesma generosidade – e a paciência ! - das que são de
lá. Um telefonema que recebi de um amigo apanhou-me ontem de surpresa, a
convidar para um almoço, e eu, sem reflectir, imediatamente disse que sim.
Quando me lembrei dos anos que tinha em casa é que dei pela precipitação. Mas
aprendi de São Josemaria Escriva que palavra dada não deve voltar atrás. Tudo
correu bem! A pena que tive foi não poder dar o meu abraço a todos os meus
ex-companheiros de trabalho com quem convivi muitos anos. Mas como bons
companheiros que foram e são, estou desculpado. Fica o almoço-convívio com o
Major Godinho, o Zé Vargas, o Dário e o Jorge que nunca esquecem o velho
companheiro das tesouras, da magia, e das letras. Pena também foi não tirar uma
foto para registo do convívio. Fica para uma próxima”. Curiosamente já nenhum
destes quatro trabalham ali. O Zé, deixou-nos agora; o ten-coronel Godinho,
passou à reserva; o Jorge Silva, como eu, foi também aposentado, e o Dário,
transferido para outra unidade. Já poucos, da velha guarda, são dos que foram
os primeiros da Escola Superior de Enfermagem Militar.
Os amigos não se compram, fazem-se ou
ganham-se com a amizade sincera e o respeito pela liberdade individual de cada
um. O Zé Vargas era um desses amigos com quem sempre me dei bem, e lhe proporcionar
um passeio ao concelho de Mondim de Basto tive de o convencer que era um favor
que me fazia porque precisava de lá ir nesse fim de semana e tinha o meu carro
avariado. Lá fomos, ficamos hospedados na Pensão do Sr. Carvalho, e outro dia
fomos visitar o saudoso Padre Guedes, almoçamos na Residência Paroquial de
Vilar de Ferreiros, depois um passeio pelos diversos lugares da freguesia,
subindo à Senhora da Graça e pelas Covas até São José do Fojo, para visitar as
Fisgas.
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