Tempo caminhado
tempocaminhado@gmail.com
segunda-feira, 4 de julho de 2022
domingo, 3 de julho de 2022
Borscht ucraniano defendido pela UNESCO
A UNESCO, órgão cultural das Nações
Unidas, declarou nesta sexta-feira, 1, que o borscht, prato típico da Ucrânia e
parte do patrimônio cultural imaterial do país, precisa ser “preservado com
urgência...
FONTES:
sábado, 2 de julho de 2022
Sonechka
Publicado em 1995 e amplamente traduzido e premiado, Sonechka é o primeiro romance de Ludmila Ulitskaya. Uma história sobre o destino de uma mulher,
tendo como pano de fundo a História da Rússia no século XX — o regime soviético
e o seu desmoronamento.
Ludmila Ulitskaya nasceu em 1943 nos Urais, tendo crescido e estudado em Moscovo.
Bióloga de formação, trabalhou no Instituto de Genética de Moscovo antes de empreender a sua carreira literária.
Pouco antes da Perestroika, tornou-se diretora do repertório do Teatro Kármeni de Moscovo e guionista.
Aclamadas pela crítica, as suas obras estão traduzidas em mais de quarenta línguas e incluem romance, conto, literatura infantil e teatro. Sonechka (1995), o primeiro livro da autora a ser publicado pela Cavalo de Ferro, com tradução direta do russo, foi, à época, um acontecimento literário, coroado com a atribuição do Prémio Médicis Étranger para melhor novela estrangeira, do Russian Booker Prize e do Prémio Literário Giuseppe Acerbi.
Richard Branson encontrou-se com Zelensky em Kiev
O empresário britânico e fundador do Grupo Virgin esteve em Kiev e encontrou-se com o Presidente Zelensky. Richard Branson afirma que o principal objetivo desta viagem foi ouvir as preocupações do povo afetado pela guerra e aprender o que as empresas podem fazer para prestar mais apoio ao país.
O Presidente da Ucrânia afirma queforam discutidas perspetivas de cooperação na reconstruçãoda Ucrânia, assim como formas de manter a atenção do mundo sobre a guerra.
Cartas do Pai - cartas dos pais reclusos no Gulag aos filhos
Já as monstruosidades leninistas e,
sobretudo estalinistas estavam consumadas, na Europa ninguém sabia de nada.
Isto é reconhecido por Rymond Aron nas suas Memórias, enquanto os
intelectuais de esquerda, sobretudo franceses, recitavam loas a Estaline. É bem
conhecido o caso de Bertolt
Brecht .
Entretanto
vários escritores que sofreram na pele anos a fio nos campos soviéticos foram
publicando testemunhos dessas monstruosidades. Que também não chegavam à
Europa.
Vassili
Grossman (1905-1964) nasceu na cidade de Berdítchev, a “capital judia” da
Ucrânia, no ano de 1905. Filho de judeus, o pai era engenheiro e a mãe
professora. Embora tenha estudado engenharia, Vassili acabou por se tornar jornalista
e escritor.
Em Vida e
Destino, além de denunciar as atrocidades nazis, manifesta um profundo
desencantamento com as lideranças soviéticas desde a revolução de 1917,
denunciando os pogrom. O Terror
leninista/estalinista foi confirmado em obras literárias como Tudo Passa.
Varlam
Chalamov (1907-1982) nasceu em Vologda Filho de um padre ortodoxo, viveu os
seus primeiros 22 anos em liberdade e os quase 20 seguintes como prisioneiro
político em Kolimá, uma imensa mina de ouro. Os seus Contos de kolimá são,
talvez, o maior testemunho da barbárie soviética.
Aleksandr
SoljenitsinAlexander Soljenitsyne (1918-2008) nasceu em Kislovodsk. A grande
obra de denúncia sobre o terror soviético foi uma obra sua - Arquipélago Gulag.
Os gulag eram campos de concentração e de trabalho forçado na antiga União
Soviética.
Um Dia na Vida de Ivan Denisovich foi a sua primeira novela. E foi o primeiro testemunho publicado na antiga URSS, por um dos presos políticos a mando de Estaline.
A Relógio
D’Agua acaba de publicar um livro magnifico, profusamente ilustrado, para nós
um dos livros do ano, patrocinado pela extinta Sociedade Memorial Internacional. Reúne cartas de dezasseis pais -
muitos deles pertencentes à intelligentsia soviética, desterrados no
GULAG -. São cartas que estes pais dirigem aos filhos e às suas esposas. Um
testemunho da barbárie soviética descrita nos livros supra. A maioria delas são
ilustradas. Por vezes, substituídas por postais.
sexta-feira, 1 de julho de 2022
Comunicação Social odeia os aniversários de Portugal
Por BARROSO da FONTE
Triste e vergonhosamente nenhum canal
televisivo Português, nenhuma rádio de interesse público e nem sequer a Lusa,
agência nacional, paga pelos contribuintes, escreveram uma simples frase que
dissesse: Portugal faz hoje 894 anos.
Este desprezo crónico, este
anti-nacionalismo sabujo e esta desprezível ingratidão social que levaram, em
1913, João de Meira a proferir: «há trinta anos que em Guimarães se luta
para que nem sejamos chamados bárbaros, por ignorarmos a nossa História, nem
sejamos objeto de mofa, por apresentá-la entretecida de lendas inaceitáveis».
A História de Portugal «anda mais
remendada do que capa de pedinte», como diria Francisco Rodrigues Lobo se
fosse vivo. O meu mestre Alfredo Pimenta, que foi «sócio de número» da Academia
Portuguesa de História, chamou-lhe «caverna de bandoleiros».
E ele, que foi o historiador mais
polémico da sua geração, se ainda por cá andasse, ter-se-ia batido, em duelo
convencional, contra quem, tendo raízes em Guimarães e representando a República
Portuguesa, «não podia ter sido pior». Quando já todas as forças políticas
locais, entre 1975 e 1990, tinham acordado «unanimidade» na elaboração da Causa
supra-partidária, da troca do dez pelo 24 de Junho, como feriado nacional,
colocou toda a sua arrogância, na expressão maléfica: «Feriado nacional não! As datas e símbolos nacionais
não devem ser revistos».
Com esta bomba atómica, foram frustradas
as expectativas dos vimaranenses; e os portugueses em geral, que, desde tempos
antigos, anseiam, ver reconhecida a Batalha de S. Mamede, como ato inequívoco
do nascimento da Pátria Portuguesa. Desse modo, gostariam ver considerado o 24
de Junho como feriado Nacional.
Foi escrito na manchete do Semanário o Comércio de Guimarães, nº 7935, de 26/06/1997, ano 114. A mesma fonte sublinhou, de imediato, que a opinião do PR Jorge Sampaio «foi sublinhada com uma incompreensível salva de palmas!». Mas para confirmar o semanário o Povo de Guimarães, da mesma data e ano, lamentou idêntica deceção. Reproduz-se da manchete: «24 de Junho: Sampaio diverge de Freitas (do Amaral) e trava feriado nacional».
O presidente deixou um recado explícito
à pretensão de alterar a letra do Hino Nacional. «Em Guimarães, Sampaio,
afirmou-se definitivamente contrário à revisão dos símbolos e datas nacionais,
por melhor que aparentem ser os argumentos intelectuais invocados para o fazer».
Eis o cumulo da demagogia de um chefe de Estado que mandou às malvas a hipótese
do diálogo pacífico, tolerante e, porventura, mais consentâneo, com a verdade
histórica.
Recordo que, desde a revolução dos
cravos, logo que se realizaram eleições livres e democráticas, entre as
diversas forças políticas do concelho de Guimarães, houve, sempre, entendimento
para que a questão de Guimarães, relativamente ao acerto do calendário
histórico, fosse reconhecido. Ficou a dever-se a esse Vimaranense de raiz.
A partir de 1990 passou a haver,
localmente, maioria absoluta de um só partido. E o consenso que houve durante
15 anos, não mais foi respeitado, mantendo-se o feriado municipal, não para
pressionar aquilo que motivara o consenso, mas para inaugurações concelhias. Os
dois primeiros Chefes de Estado, nesses 15 anos, sempre marcaram presença nas
celebrações programadas pela autarquia. Quer Ramalho Eanes, quer Mário Soares,
sempre aceitaram o convite ou a representação, no 24 de Junho. Ambos
reconheceram o simbolismo da data e o direito da nossa reivindicação histórica.
Jorge Sampaio, para
além de outros deslizes para com Guimarães, por alturas da Capital Europeia da
Cultura 2012, foi ele que menosprezou «a Residência Presidencial do Paço dos
Duques de Bragança», rejeitando esse estatuto, até essa tão desprezível decisão
de ir dormir fora de Casa.
Até hoje nunca mais foi
utilizada essa «Residência oficial da Presidência da República». E nem Cavaco
Silva, nem o atual titular, fizeram uso desse privilégio no Norte do País.
Parecendo irrelevante, essa rejeição fez com que os guias turísticos deixassem
de informar que o Paço dos Duques de Bragança, para além do mais visitado museu
do norte do País, era também um espaço nobre e privado para receber o mais alto
magistrado no Berço da Nacionalidade. Essa circunstância deixou de seduzir
visitantes que viam nessa situação uma mais valia para entrar no Museu do Paço
dos Duques de Bragança, situada aos pés do Castelo da Fundação, em Guimarães.
Foi um vimaranense (o
pai de Jorge Sampaio era natural de Guimarães) que fez, do cargo a que
ascendeu, estragos consideráveis, no tocante ao simbolismo histórico. Nem
falando da Capital Europeia da Cultura, cujos salários e mordomias chegaram a
ser contestados, na Assembleia da República, a ponto de serem escandalosos, foi
esse PR “vimaranense” que esteve na origem do desmembramento do concelho de
Vizela, com prejuízos irreparáveis para Guimarães.
Como jornalista, como
cidadão e, enquanto doutorando em «Filosofia em Portugal e Cultura Portuguesa»,
acuso os diretores de programas de todos os órgãos de Informação nacionais pelo
sistemático silenciamento sobre o aniversário de Portugal.
Barroso da Fonte