Os Homens também são feitos pelas suas circunstâncias. Ou, como um dia
disse Karl Popper, pelas conjecturas.
O recentemente falecido Tenente-coronel
Marcelino da Mata, também foi um Homem de circunstâncias. Estas levaram-no a
optar por um país – Portugal. Era preto, mas preferiu Portugal, ao país onde
nascera, a Guiné. “Não sou nem ateniense, nem grego, mas sim um cidadão do
mundo.”,
disse Plutarco, numa frase atribuída a Sócrates. E ao optar por Portugal, numa
guerra circunstancial, praticou actos de bravura, de lealdade para com o seu
país, de generosidade para com os seus camaradas, de respeito para com a
hierarquia e a bandeira, entre outros que caracterizam o verdadeiro Herói!
A História portuguesa, quando aqueles
que o conheceram já estiverem junto do Eterno, vai coloca-lo num pedestal como
colocou Afonso de Albuquerque, Afonso Henriques entre uma miríade de heróis que
lutaram pela Pátria e pelo seu Povo.
Podem dizer o que disserem, mas vai ser
assim.
Que haja alguém que nele veja outras características
é salutar, mas que essa gente trate outros com outras visões de fascistas,
isso é que não.
Marcelino da Mata para Portugal é um herói. Para o poder actual da Guiné pode ser outra coisa, mas ninguém tem o direito de, em Portugal, tratar mal um herói português, e as pessoas que assim o consideram.
Parlamento aprova voto de pesar pela morte de
Marcelino da Mata
Daqui
retirou-se isto:
Voto de pesar pela morte do tenente-coronel dividiu a
bancada socialista. BE, PCP, Verdes, PAN e Joacine Katar Moreira votaram contra
A Assembleia da República aprovou esta quinta-feira um voto de pesar pela morte do tenente-coronel Marcelino da Mata, o militar mais condecorado de sempre, que foi vítima da covid-19.
O voto de pesar – apresentado pela comissão parlamentar de
Defesa – contou com os votos a favor do PS (maioria dos deputados), PSD,
CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal e os votos contra do BE, PCP, Verdes, PAN,
da deputada não-inscrita Joacine Katar Moreira e de três deputados do PS
(Ascenso Simões, Paulo Pisco e Eduardo Barroco de Melo). Já a deputada
não-inscrita Cristina Rodrigues e os deputados do PS Porfírio Silva, Miguel
Matos, Maria Begonha, Cláudia Santos, Joana Sá Pereira, Tiago Barbosa Ribeiro e Bruno Aragão
abstiveram-se.
Ficou evidente a discordância de alguns deputados
socialistas que anunciaram a apresentação de declarações de voto. Quando foi a
vez de Joacine Katar Moreira anunciar uma declaração de voto, a ex-deputada do
Livre aproveitou também para manifestar a sua "solidariedade na luta
antirracista" de Mamadou Ba, depois de mais de 15 mil pessoas terem
assinado uma petição a exigir a deportação do ativista na sequência de críticas a Marcelino da
Mata.
O texto do voto de pesar refere que o Parlamento manifesta
o seu "profundo pesar" pelo falecimento do tenente-coronel Marcelino
da Mata" e apresenta "as suas sinceras condolências" à sua família, ao Regimento de
Comandos.
"Marcelino da Mata destacou-se pela sua coragem e
bravura individual, sem se ter ferido alguma vez com gravidade. Ao longo do seu
percurso, obteve um elevado número de louvores e diversas
condecorações", sublinha.
Incorporado acidentalmente no lugar do irmão no serviço
militar, Marcelino da Mata foi um dos fundadores da Tropa de Operações
Especiais durante a Guerra Colonial, na Guiné. Esteve envolvido em mais de duas
mil operações, como a "Tridente" "Mar Verde” e “Ametista
Real", acabando por se tornar no militar mais condecorado de
sempre.
Após o 25 de Abril, chegou a ser torturado pelo MRPP e
esteve exilado em Espanha. Marcelino da Mata esteve longe de ser uma figura
consensual, foi apelidado de herói e acusado de ter sido um
"criminoso de guerra"
O funeral, que se realizou na segunda-feira, contou com a presença do Presidente da República e dos Chefes do Estado Maior das Forças Armadas e do Exército, mas não teve honras militares. Os centristas defendiam, contudo, um funeral de Estado, considerando que o país lhe devia uma "homenagem que em vida nunca lhe prestou".
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