Pêro de Monchique volta para dar cheiro à serra
As macieiras que dão o chamado pêro de Monchique já eram poucas e quase desapareceram daquela serra após os incêndios de 2018
A Câmara
Municipal de Monchique e a Direção Regional de Agricultura do Algarve
assinaram, esta quarta-feira, um protocolo para tentar fazer renascer uma
cultura que está quase perdida: o pêro de Monchique, uma árvore de fruto
tradicional do Algarve.
"Já
havia pouca área e praticamente desapareceram com os incêndios", diz o
diretor regional. "Se não fossem lá preservados tinham-se perdido",
acrescenta Pedro Valadas Monteiro. "Lá" é o Centro Agrário de Tavira
que preserva e tem centenas de coleções de fruteiras tradicionais do Algarve.
Agora, como diz Pedro Valadas Monteiro num terreno agrícola que pertence à
Câmara de Monchique, na zona envolvente ao Convento de Nossa Senhora do
Desterro irão replantar-se várias árvores deste fruto e criar um Centro de
Demonstração. "É um local para demonstração e divulgação para que os
agricultores de Monchique ou doutras zonas do Algarve possam voltar a plantá-lo
nos seus campos", explica.
O
pêro de Monchique, que não é mais do que uma maçã com um tom amarelo, gosta de
sol, mas também de frio. A sua maior característica é o cheiro intenso. A sua
conservação em tempos idos era efetuada de uma forma tradicional designada de
"pendura". Consistia em segurar os frutos pelo pedúnculo, em grupos
de 20 ou 30, e pendurá-los nos tetos das casas, o que aromatizava as
habitações. O fruto colhido no Outono, durava pelo menos cinco meses. Esta
prática caiu em desuso nas últimas décadas, sendo atualmente a produção destes
frutos no concelho de Monchique bastante reduzida. É esta herança que tanto a autarquia
como os serviços de agricultura não querem ver perdida.
FONTE:
https://www.tsf.pt/portugal/sociedade/pero-de-monchique-volta-para-dar-cheiro-a-serra-13361981.html
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