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Ministra
da Saúde, Marta Temido tinha admitido a realização da peregrinação, desde que
se respeitem regras sanitárias, como o distanciamento social. Santuário
mostrou-se "surpreendido" com abertura do governo e decidiu manter o
plano sem manifestações de fé no local.
Isaura Almeida
03 Maio 2020
O Santuário de Fátima decidiu que as celebrações do 13
de Maio vão decorrer sem peregrinos. Num comunicado o Gabinete do Bispo de
Leiria-Fátima, D. António Marto, esclareceu que as celebrações de 12 e 13 de
Maio "não podem contar com a presença física de peregrinos" devido à
pandemia da Covid-19, uma vez que "o risco epidémico é
elevado". Este é o primeiro ano, desde 1917, que as peregrinações e
comemorações do 13 de Maio não acontecem.
"A decisão da Igreja Católica de seguir as
indicações das autoridades civis no sentido de suspender as celebrações
religiosas comunitárias decorre da responsabilidade de fazer o que está ao seu
alcance para não colocar em perigo a saúde pública, cumprindo também deste modo
o mandato evangélico do amor ao próximo", sublinha o responsável, na mesma
nota, lida por uma porta-voz do Santuário.
A Igreja Católica já tinha optado por um dia de
celebrações sem fiéis. O bispo de Leiria-Fátima,
António Marto, tinha mesmo dito em abril que o cancelamento das peregrinações
era "um ato de responsabilidade pastoral e também um profundo ato de
fé" e que não poderia permitir que o santuário se transformasse num
"foco de contágio". Posição que manteve agora, depois de
"surpreendido" com a abertura do Governo à realização do evento com
público, quando faltam apenas 10 dias para o evento que envolveria sempre
milhares de pessoas -mas longe das 650 mil que anualmente enchem o recinto no
13 de Maio.
"Fomos apanhados de surpresa e estamos a
avaliar a situação no sentido saber o que é possível a realização das
cerimónias e em que condições", disse ao DN Carmo Rodeia, assessora do
Santuário este domingo, prometendo uma dicisão final para breve. O Santuário de
Fátima debateu o assunto durante o dia de hoje, tendo decidido pela
manifestação e fé sem fiéis.
Em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, Marta Temido,
admitiu a possibilidade das celebrações aconteceram, desde que cumpridas as
regras sanitárias, como o distanciamento social."Se essa for a opção de
quem organiza as celebrações, de organizar uma celebração do 13 de Maio onde
possam estar várias pessoas, desde que sejam respeitadas as regras sanitárias,
isso é uma possibilidade", disse a governante, quando questionada sobre
Fátima, depois de comentar as celebrações do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador,
que levaram milhares de pessoas à Alameda (Lisboa)
Segundo Marte Temido, cada organizador de uma
iniciativa tem de fazer um juízo de valor sobre aquilo que entende que sejam os
riscos que vai correr.
Já este domingo, o
Cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, defendeu a manutenção da
suspensão das celebrações comunitárias ,
alertando que o fim do estado de emergência não significa o fim da pandemia de
covid-19 nem do perigo de ela alastrar. Segundo o presidente da Conferência
Episcopal Portuguesa, é necessário manter a suspensão das celebrações
comunitárias, "a bem da saúde pública", pois "o fim do estado de
emergência não significou o fim da pandemia e do grande perigo de ela
alastrar", se não se mantiver "o cuidado necessário", afirma o
cardeal-patriarca numa nota ao clero da diocese, publicada este domingo na
página do Patriarcado de Lisboa na internet.
Marta Temido: "Não se confundam peregrinos com
celebrantes"
Já este domingo, na conferência de imprensa que faz o
ponto da situação epidemiológica, Marta Temido quis precisar alguns eventos
podem ser autorizados". Sobre o 13 de maio, em específico, apelou a que
não se confundam "peregrinos e celebrantes".
"A Igreja Católica há muito definiu, e com muita
prudência, que este ano não haveria pregrinos no Santuário de Fátima.. Por
decisão da diocese de Leitia-Fátima, as celebrações iam ter lugar dentor da
basílica e televisivamente. Com as autoridades eclesiásticas iremos utilizar
osmecanismos que uma das últimas çdo conselho de ministros prevê - estou a
falar da 33A/2020 - em que os membros do governo responsáveis pela
Administração Interna e pela Saúde podem conjuntamente autorizar determinados
eventos", explicou a ministra da Saúde na conferência de imprensa diária
sobre a situação epidemiológica em Portugal.
"Há uma diferença entre peregrinos e celebrantes.
A Igreja decidiu que as celebrações acontecessem num quadro específico e nós
estamos disponíveis para apoiar a Igreja Católica nas regras específicas para
essas celebrações. Mas não se confundam celebrantes com peregrinos. Nenhum
evento aconteceu como acontecia antes. Não há aqui nenhuma confusão com a
situação prevista e prudentemente definida pela nossa Igreja.", acrescentou.
Com o estado de Emergência a dar
lugar ao estado de Calamidade, as restrições públicas e para eventos
ao ar livre mudaram. No 1.º de Maio, a CGTP realizou a sua manifestação
habitual, mas com muito menos participantes - separados por um metro distância.
Comentário de tempocaminhado: A proposta da ministra não é ingénua. O programa está montado. Como nunca quiseram “fechar o pais” por questões ideológicas e económicas, agora tentam abri-lo a todo o custo. O problema desta gente estalinista é que em Portugal vão encontrar gente mais inteligente que eles. Neste caso foi a Igreja. Noutros a ver vamos…
Há um estudo que indica que os números adiantados por esta senhora não são verdadeiros.
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