segunda-feira, 27 de abril de 2020

Um 25 de Abril à portuguesa ...



Por. Costa Pereira

Já com 880 mortos contabilizados, nem por isso deixou de se festejar o 25 de Abril, somos assim os portugueses. Para festanças não à pai. Até parece que são todos bajouquenses, neste aspeto. Mas vamos ao cerne da questão pois é o que desejo relatar. Todos muito bem-falantes, não fora isso também não tinham lugar no Parlamente, ali só falam os bem-falantes, quem for gago…. Nem direito tem de poder assistir. Ao meu lado tenho, o padre Gonçalo Portocarrero de Almada, brilhante jornalista e sacerdote, que descobri a pensar como eu no que estes progressistas de andar por casa fazem e o exemplo que dão aos seus concidadãos. É triste, mas é verdade, esta afirmação. Não vi, nem assisti à palhaçada. Tinha em mão algo, bem mais importante que fazer, e só por isso não vi. Mas já ouvi comentários a dizer que tanto o Presidente da República, como o da Assembleia falaram na e com a ponta da língua. Faço, ideia, visto de onde vieram os comentários. Mas pronto, são opiniões e contra isso, batatas. Importa agora é descrever o que muito bem destaca aquele em que me baseei para sustentar o meu raciocínio: 

“Com certeza que o 25 de Abril é uma data importante no calendário nacional, nomeadamente para aqueles que mais sofreram o anterior regime e mais lutaram pela reconquista da liberdade. Como outras datas históricas – recorde-se que o 5 de Outubro de 1910 significou um retrocesso na liberdade religiosa e de voto – também o 25 de Abril é passível de interpretações menos positivas, se se tiver em conta o PREC e a desastrosa descolonização, que deixou várias ex-colónias portuguesas mergulhadas em sangrentas guerras civis. Não obstante, evocar o 25 de Abril é salutar, não só para celebrar a liberdade, mas também para recordar as experiências negativas do ‘fascismo’ e do ‘social-fascismo’, que o antecederam e sucederam, respectivamente. 
Que a AR entenda comemorar uma data, certamente relevante na história de Portugal, é justo e necessário, mas não o deveria fazer quando o país está de luto e vive as horas mais dramáticas dos últimos quarenta anos da sua História”. E acrescenta, mais: “Seria disparatado supor que todos os que preferiam uma solução diferente da que foi adotada, são ‘fascistas’ e inimigos da democracia e da liberdade, como também não se pode afirmar que todos os que são a favor da sessão parlamentar são ‘sociais-fascistas’ e antipatriotas. São discursos destes que revelam, precisamente, uma mentalidade autoritária e intolerante, ou seja, antidemocrática. Certamente, há democratas e patriotas de ambos os lados e também há quem esteja presente por exigências institucionais (representantes dos órgãos de soberania e de confissões religiosas, embaixadores, etc.”.

Actualização de Tempocaminhado: Hoje, 27 de Abril, já fazem companhia ao Eterno 928 almas!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Debate do Dia Municipal da Igualdade: Desafios das migrações em Bragança

  Enviamos, em anexo, o cartaz do Debate do Dia Municipal da Igualdade, a realizar-se no CNIJ no dia 24 outubro. Muito gostaríamos de cont...