quarta-feira, 22 de abril de 2020

Desinfectante ou Rebatente

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O meu amigo, General BS, enviou-me o agradável texto para se ler em Rebatente pausa.
Abraço,
Jorge.



    A propósito de desinfectante (produto muito em voga por mor do vírus), aí vai uma pequena e inofensiva estória:

    Na minha terminologia farrística pós-almoço petisqueiro com os amigos, chegada a hora dos digestivos, soia eu dizer. "..e agora saia um "Desinfectante", para obviamente ser servido de um belo digestivo (normalmente aguardente velha Vínica ou um whisky velho). Os companheiros acham (ou fazem que acham) piada...Porém, eu não me sentia muito feliz com o termo, e com a ajuda da Providência, veio tal designação a sofrer uma evolução semântica, que tomo por favorável. E foi assim:
    Na sequência do curso CSCD (Curso Superior de Comando e Direcção), fiquei Cor. Tirocinado e fui colocado nos Açores como 2º CMDT da ZMA. Aí o CMDT, então  Brig. A. Albuquerque, deu-me algumas áreas de responsabilidade directa, como (que me lembre) a gestão das provas obrigatórias de Ed. Física, a  das Comunicações e  Informática e da BIBLIOTECA. E é esta última responsabilidade que vem agora à baila. Chamei o Sargento responsável pela Biblioteca, acertámos umas quantas metodologias e pedi-lhe o Livro  de Registo do Acervo (livros existentes). Pelos títulos mais apelativos à minha sensibilidade de leitor compulsivo, ia requisitando, lendo e devolvendo os mais variados livros que me proporcionaram momentos de verdadeiro prazer. Apanhei alguns livros que, embora antigos, se apresentavam virgens com o preço no canto superior direito da 1ª pág. Em muitos deles tinha que usar uma faca-papel para abrir as folhas... Um livrinho, de que me estou a lembrar, era sobre as viagens pelas cortes da Europa, do insigne Infante D. Pedro (filho de D. João I). Era maravilhoso, e tinha custado 1$20 escudos.
    Mas voltando ao tema, encontrei então um livro, cujo título não recordo, mas falava dum açoriano duma zona interior da ilha de S. Miguel que tinha ido estudar para Coimbra (onde eu fiz o Liceu). Quando  esse estudante veio,  numas férias grandes, à sua terra natal, andou em grandes petisqueiras e jantaradas. Numa dessas festanças em casa de seu padrinho (que homenageava o futuro doutor de leis), e chegada a altura dos digestivos, diz o anfitrião (depois dum panegírico ao afilhado): "...e agora sai o REBATENTE"... e foi servida a aguardente especial dos dias de festa!
    Na bondosa expectativa que destarte se tenha feito luz aos meus leitores (se ainda os houver, nesta adiantada fase da estória) terão, de imediato, concluído que encontrei ali a terminologia ideal para substituir o termo (pouco feliz) que eu usava de "Desinfectante" e passei a deixar cunhado no meu dicionário pessoal o termo  REBATENTE... (pois ajuda a rebater, de facto, as comezainas de que por vezes abusamos).

Um abraço

BS

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