"Racismo" e "preconceito"
Isabel dos Santos recorda colónias
portuguesas para atacar Luanda Leaks
"As notícias do ICIJ [Consórcio
Internacional de Jornalismo de Investigação] baseiam-se em muitos documentos
falsos e falsa informação, é um ataque político coordenado em coordenação com o
'Governo Angolano' (sic). 715 mil documentos lidos? Quem acredita nisso?",
reagiu a empresária, em inglês, através da sua conta do Twitter, acrescentando
"#icij #mentiras".
A filha do ex-Presidente angolano
José Eduardo dos Santos ataca também os media portugueses SIC e o Expresso, que
integram o consórcio de jornalistas que revelou este domingo mais de 715 mil
ficheiros que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido,
Sindika Dokolo.
Na conta do Twitter, onde escreveu
10 'tweets' na última hora, afirma que a sua "fortuna" nasceu com o
seu "caráter, inteligência, educação, capacidade de trabalho e
perseverança" e acusa a SIC e o Expresso de "racismo" e
"preconceito", "fazendo recordar a era das 'colónias' em que
nenhum africano pode valer o mesmo que um 'europeu'"
"Os 'leaks' são autênticos?
Quem sabe? Ninguém... estranho mesmo é ver a PGR [Procuradoria-Geral da
República] de Angola a dar entrevistas à SIC-Expresso. Procurador Geral de
Angola a Angola a dar entrevistas... a canais portugueses!", escreveu a
empresária, numa dessas mensagens.
Isabel dos Santos comentou ainda:
"Consórcio ICIJ recebeu fuga de informação das 'autoridades angolanas'??!!
Interessante ver o estado angolano a fazer 'leaks' [fugas] jornalistas e para a
SIC-Expresso e depois vir dizer que isto não é um ataque político?".
Num outro 'tweet', escreve que
"o povo de Portugal é amigo do povo de Angola e não podemos deixar que
'alguns' interesses isolados 'agitem' a amizade e respeito que conseguimos
conquistar e construir juntos".
O Consórcio Internacional de
Jornalismo de Investigação (ICIJ), que integra vários órgãos de comunicação
social, entre os quais o Expresso e a SIC, analisou, ao longo de vários meses,
356 gigabytes de dados relativos aos negócios de Isabel dos Santos entre 1980 e
2018, que ajudam a reconstruir o caminho que levou a filha do ex-Presidente
angolano a tornar-se a mulher mais rica de África.
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