As notícias que hoje vieram a público
sobre Isabel dos Santos (denominadas Luanda Leaks), perdão, sobre a
senhora
Isabel
Dosovna Kukaeva, só podem deixar os cidadãos decentes preocupados.
Não é que se não soubesse da coisa.
Toda a gente sabia, mas agora com a insistência do actual presidente João
Lourenço (que também pertenceu ao sistema – por sobrevivência), um Homem com
intenções louváveis, surge esta investigação realizada desde há oito meses por
uma equipa de jornalistas a nível mundial, que passou a ser publicada este
Domingo.
A notícia saiu em todos os jornais
europeus, como por exemplo o Le Monde.
O que mais se estranha na senhora Dosovna
Kukaeva, não é a defesa dos factos. É a sua estupidez!
Dos factos nada diz na sua página no
Twitter. A preocupação da senhora, não é a preocupação de uma pessoa séria, mas
sim daquelas que fazem a vida através de golpes obscuros. Diz: "As
notícias do ICIJ [Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação]
baseiam-se em muitos documentos falsos e falsa informação, é um ataque político
coordenado em coordenação com o 'Governo Angolano' (sic). 715 mil documentos
lidos? Quem acredita nisso?", sublinhando "#icij #mentiras".
E acrescenta: "Os 'leaks'
são autênticos? Quem sabe? Ninguém... estranho mesmo é ver a PGR
[Procuradoria-Geral da República] de Angola a dar entrevistas à SIC-Expresso.
Procurador Geral de Angola a Angola a dar entrevistas... a canais
portugueses!",
Ana Gomes acusou-a de lavar dinheiro em Portugal. A senhora Dosovna Kukaeva levou-a a tribunal. A deputada europeia foi ilibada e hoje disse que Dosovna Kukaeva era uma ladra do POVO ANGOLANO. |
Mas diz mais: "Consórcio
ICIJ recebeu fuga de informação das 'autoridades angolanas'??!! Interessante
ver o estado angolano a fazer 'leaks' [fugas] jornalistas e para a SIC-Expresso
e depois vir dizer que isto não é um ataque político?".
Mas logo a seguir vem a cereja no
bolo:
"o povo
de Portugal é amigo do povo de Angola e não podemos deixar que 'alguns'
interesses isolados 'agitem' a amizade e respeito que conseguimos conquistar e
construir juntos".
Para rematar com a estupidez de quem
não tem mais nada para dizer, afirma que a sua "fortuna"
nasceu com o seu "caráter, inteligência, educação, capacidade de trabalho
e perseverança" e acusa a SIC e o Expresso de "racismo" e
"preconceito", "fazendo recordar a era das 'colónias' em
que nenhum africano pode valer o mesmo que um 'europeu”.
Ora este remate é que é comentável,
porque se as baboseiras anteriores nada dizem, associar esta investigação ao "racismo"
e "preconceito", para neles associar a época da Antiga África Portuguesa,
é agarrar-se à tábua de salvação que ainda lhe pode dar algum folgo.
Aqui não há racismo nenhum, senhora Dosovna
Kukaeva. Aqui há investigação pura. E tomara a senhora ter conhecido
verdadeiramente os laços de amizade que existiram na antiga África Portuguesa,
entre portugueses e africanos. Essa
conversa fiada que usa (e todos usaram nestes 45 anos) é que levou à
roubalheira e aos maus tratos da população. A senhora é muito mais colona do
que foram os antigos portugueses da Antiga África portuguesa.
A 26 de Novembro (2019) publicou-se neste
espaço um vídeo (de 2016) sobre a situação dramática de Angola – um país rico com 20 milhões de pobres.
É óbvio que o título do vídeo contém algum
exagero, porque 20 milhões será o número actual de angolanos, e como todos
sabemos nem todos são pobres. Desde logo porque existe uma lista de corruptos
(publicada aqui) que vivem “à grande e à francesa”
enquanto o cidadão comum vive na miséria.
Só nos musseques de Luanda vivem cerca de
oito milhões de pobres! Basta observar alguns vídeos para perceber isso. Que
tal este sobre o bairro do Bita (2016)? E que tal este
da Samba, a que chamam vala do lixo (2017)
difundido pelo blogue Maka Angola, ou este da Terra
Nova (2013), ou o do Cazenga (2013).
Convém sublinhar que o Consórcio
Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), que integra vários órgãos
de comunicação social, entre os quais o Expresso e a SIC, analisou, ao longo de
vários meses, 356 gigabytes de dados relativos aos negócios de Isabel dos
Santos entre 1980 e 2018, que ajudam a reconstruir o caminho que levou esta
senhora, filha do ex-Presidente angolano (José Eduardo dos Santos) a tornar-se
a mulher mais rica de África.
A ladroagem, a roubalheira ao POVO
ANGOLANO foi enorme nestes 45 anos!
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