quinta-feira, 11 de abril de 2019

Lanterna de sinais do caminho-de-ferro



A primeira viagem (37 kms) de combóio foi de Lisboa ao Carregado, em 28 de Outubro de 1856 (há 162 anos) à velocidade de uns 10 quilómetros/hora e demorou três horas e um quarto. A pontualidade dos comboios sempre foi ponto de honra e El-Rei D. Afonso V, na viagem inaugural, ficou em terra, por ter chegado atrasado. Passados estes anos, a pontualidade é uma divisa dos comboios portugueses. O primeiro combóio da mítica linha do Tua chegou a Mirandela em 27 de Setembro de 1887 e a Bragança a 26 de Outubro de 1906. Esta linha férrea deu de comer a muita família de Mirandela. Foi uma pérola da Engenharia Portuguesa do Século XIX e foi aniquilada por politiqueiros de Lisboa. É pena não haver um Museu Ferroviário em Mirandela! O nosso atraso é mais culpa dos que nos têm desgovernado do que de Lisboa. Apareça por cá alguém com algumas ideias e é posto logo de parte. A pasmaceira do desenvolvimento industrial e cultural importam a alguns. Isto para vos dizer que até nas pequenas aldeias do Portugal interior têm aparecido bons projectos que geram algum desenvolvimento. O Museu de Silgueiros – Viseu é um bom exemplo. A «lanterna de sinais do caminho-de-ferro» é uma dessas peças do muito acervo deste museu. Está no meu imaginário de criança e jovem, em que, pela calada da noite, os comboios faziam os percursos nas linhas do Douro e do Norte, e lá estava o rodoviário responsável pela ordem de partida apresentava a luz verde e a partida acontecia rompendo um manto de escuridão e silêncio. Segurava a lanterna (candeeiro) «pela pegadeira superior, depois de o soltar com o dedo polegar, rodava o corpo da lanterna com a outra mão, escolhia a cor adequada a cada situação». Quem havia de dizer que esta lanterna passaria a objecto cultural?

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