Nunca tive simpatia pela ASAE, embora
lhe reconheça alguma utilidade. Mas, o papel por ela desempenhada podia ser
feito, com mais equilíbrio, pela PSP e GNR. Longe vai o tempo socrático, de má
memória, que um tal Nunes se gabava de «fazer sangue» em quase tudo que era
restauração e similares, ao ponto de dizer que ia fechar a maioria dos
restaurantes e cafés. Depois, começaram a faltar as receitas para o estado e o
desemprego local cresceu. Nas deslocações que fiz a Bruxelas e à vizinha
Espanha tudo era diferente e o desenvolvimento, facturação e defesa das casas
típicas e produtos tradicionais era um dos grandes objectivos que orgulhavam
estes países. Não se entrou na paranóia persecutória de encerrar os pequenos
para beneficiar os grandes monopólios e interesses. Em Portugal o objectivo
imposto a cada polícia da ASAE era multar muitos e prender bastantes
empresários da restauração. Pensei que ao mudar o azimute político
pós-socrático tudo seria diferente, mas nem por isso, dizendo-se «cobras e
lagartos» na oposição e ao chegar ao poder faz-se o que antes se critica. A
manjedoura dos impostos do «Zé-povinho» inebria. Nesse tempo, havia um autarca
transmontano a quem a ASAE tinha respeito e nunca terá incomodado o então
Presidente do Município de Moncorvo, Aires Ferreira. Dentro desta linha, queria
saudar a coragem da Presidente de Mirandela, Júlia Rodrigues, pela coragem que
teve em protestar contra a desinformação que a ASAE de hoje tem feito contra a
indústria agro-alimentar da Alheira e Enchidos de Mirandela. Às vezes,
convenço-me que a centralidade de Mirandela e o sucesso dos alheireiros causam
invejas na região e levam a decisões deploráveis dos que deviam ser isentos. Em
2015 uma fábrica de alheiras do concelho de Bragança foi apanhada pelas malhas
da ASAE e esta, passando para a comunicação social uma notícia vaga, acabou por
prejudicar os alheireiros de Mirandela. Como tenho bastantes conhecimentos por
Portugal fora, fui alvo de insinuações falsas sobre as alheiras de Mirandela e
lá ia desmentindo, mas o mal estava feito e os prejuízos foram imensos para os
alheireiros, para os mirandelenses e para o bom nome de Mirandela. Por isso, a
nossa Presidente, que tão bem conhece o sector, não hesitou em denunciar, em 27
de Fevereiro, p.p., uma quase atitude persecutória da ASAE sobre os nossos
empresários do sector. Tem-me chegado aos ouvidos que alguns ASAE levam a
família alargada a certos restaurantes e que os donos nem se atrevem a
apresentar-lhes a conta no final. Será assim? Voltando aos comunicados dúbios
da ASAE prejudicam Mirandela. Ou chamo os «bois» pelo nome ou fiquem calados.
Era preciso que essa gente tivesse bom senso e soubesse que é dos impostos de
quem trabalha com as alheiras, ou outros, que saem os euros para pagar os seus
vencimentos. Mais pedagogia e menos prepotência deixavam o país a lucrar,
beneficiando os mais pequenos.
Muito bem observado. Para o mês que vem, vou a Mirandela e, entre outros enchidos e petiscos, quero deliciar-me com as belas alheiras.Votos de boa saúde e um abraço do João Afonso
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