domingo, 25 de novembro de 2018

O castanheiro e a castanha lembram o roque e a amiga



Por BARROSO da FONTE

Na altura certa do S. Martinho, em Mirandela e na Casa de Trás-os-Montes, de Braga foi apresentado o quinto livro sobre «o Castanheiro e a Castanha», obra que reúne 318 quadras populares, cujos autores, fontes e datas são metodologicamente mencionadas.
É seu autor um Mirandelense licenciado em História e oficial miliciano, com a patente de Coronel que na vida profissional ocupou, através da DREN nobres funções públicas, na Região Norte. Essa dispersão operacional acometeu-lhe tarefas na área da florestação e, por simpatia, na especificidade do Castanheiro. Na pausa da terceira idade, deparamos com o modelo ideal de Transmontano: Família, Árvores e Livros. Se não há homens perfeitos, aceitemos essa certeza: a perfeição no que o homem pode fazer. E aqui posso garantir que Jorge Joaquim Lage – o Transmontano que aqui me traz – nasceu em Chelas, freguesia de Cabanelas, concelho de Mirandela em Junho de 1948. Estudou no Colégio da Boavista, em Vila Real, em cujo liceu teve passaporte para a vida militar e académica, licenciando-se na Universidade do Porto.
Como Técnico Superior do Ministério da Educação, especializou-se em Património Cultural e da Segurança das Escolas, incluindo o Curso de Informática da Universidade Portucalense. Foi professor com funções técnico-pedagógicas na Educação de Adultos (1981-1993), ficando ligado à Extensão Educativa e ao PRODEP. Colaborou com o projeto Minerva da UM e membro executivo da Comissão Organizadora de Alfabetização de Braga, onde foi delegado Distrital de Segurança nas Escolas desde 1994 até se reformar. Aí liderou o movimento fundou a Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de que é o Sócio nº 1. Cumpriu o serviço militar na Guiné, passando a disponibilidade como capitão do quadro Permanente.
Mas um Transmontano que vem ao mundo para se fazer homem-Homem, não faz apenas aquilo que apetece fazer para merecer o pão que come. Fez muito mais. E é esse «muito mais» que traz a esta crónica quinzenal em A Voz de Trás-os-Montes: a panóplia de artigos informativos sobre a mais diversificada matéria florestal, alimentação, preocupações com a segurança, conselhos agrícolas etc.
Possivelmente pela importância de fauna e da flora, Jorge Lage dedicou especial atenção à Castanha e ao castanheiro. Poucos profissionais da floresta terão sido tão propensos ao estudo, recolha e promoção deste património tão popular como utilitário.
São já cinco obras que colocou no mercado livreiro, sobre este tema. Mas são obras com selo de garantia, porque não resultaram de divagações fortuitas ou cogitações casuístas. Para falar de um tema tão nobre, tão acessível à humanidade e tão popular teve o cuidado de aprender primeiro e falar depois. E não se limitou a falar daquilo que se faz na sua terra. Correu mundo. E do que viu e ouviu depurou o sumo, em prosa e em verso, recolheu e aprimorou receitas, deu conselhos e selecionou quadras populares, devidamente anotadas e localizadas, numa coletânea a que Romanceiro da Castanha. Trabalho raro, eventualmente único que certifica o seu autor como especialista universal. Mais uma próxima apresentação deste Romanceiro poético sobre este poético produto, será feita na Casa de Trás-os-Montes do Porto, em data a anunciar.


Sem comentários:

Enviar um comentário

O "bairro dos retornados e pretos".

  Antonio Cunha   @AntonioCunha79   Cresci num dos piores bairros da margem sul, onde os meus amigos não podiam ir brincar pq era o &q...