Livros recebidos
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Robert Manners Moura, Polianteia Transmontana […]
Polianteia transmontana […] (2017) é o quarto livro de Robert Manners Moura, autor que consistentemente e com grande conhecimento de causa tem vindo e retratar a região do Douro, de que é natural. Desta feita, oferece-nos uma obra heteróclita, pois publica, lado a lado com um ensaio cientificamente fundamentado sobre o Planalto de Ansiães, três narrativas cujas personagens são gente do Douro, a terceira das quais, que o próprio escritor classifica como «penosa e difícil de escrever», tem muito de pessoal, pois conta um drama passado no seio da sua família. O subtítulo Açafate de flores, com alguns espinhos, é elucidativo a respeito da diversidade dos temas tratados.
A escrita de Manners Moura impressiona não só pela solidez da informação que veicula, mas também pela escolha dos termos exactos que cada situação requer.
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Vítor Nogueira, Cantochão (Lisboa : Averno, 2017)
De novo com a chancela da Averno, pequena mas consistente e combativa editora de Lisboa, Vítor Nogueira traz até nos este conjunto de poemas, parte substancial dos quais fora já publicada autonomamente em 2014, com o título de Segunda voz, hoje esgotado. A essaSegunda voz, retocada, acrescenta agora o poeta uma espécie de prequela, justamente intitulada “Primeira voz”, resultando da junção de ambos este Cantochão, que é um belíssimo exercício poético sobre uma casa e as memórias que ela encerra. Em diálogo com alguém, que adivinhamos ser ele próprio, Vítor Nogueira vai descrevendo a casa em pormenor, deixando sempre, em cada poema, uma reflexão quase sempre amarga sobre o passado, mas também sobre o presente e até sobre o futuro. Sobre a vida e os seus insondáveis mistérios, afinal.
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António Cabral, Poemas durienses (Guimarães : Opera Omnia, 2017)
Há muito que se fazia sentir a necessidade de se publicar uma segunda edição deste livro de 1963, que inaugurou uma nova maneira de ver poeticamente o Douro e marcou para sempre a poesia duriense posterior. Com efeito, António Cabral, sem deixar de se envolver esteticamente com a paisagem duriense, abre neste livro uma via alternativa: cantar também aqueles que com suor e sangue construíram aquela paisagem e são os heróis anónimos da quotidiana epopeia do vinho.
Coube a iniciativa da edição à Opera Omnia, de Guimarães. Não se trata de um fac-símile, mas os poemas são restituídos com toda a fiabilidade. E não foram esquecidos os belos linóleos de Nuno Barreto. Um prefácio de A. M. Pires Cabral situa a obra no lugar a que tem direito na literatura portuguesa.
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CÂMARA MUNICIPAL DE VILA REAL
Grémio Literário Vila-Realense
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