domingo, 7 de fevereiro de 2016

Nem tudo o que reluz é ouro

 

Barroso da Fonte
A tecnologia inova, gera progresso, facilita a evolução. Mas a filosofia de vida consolida o saber global, explica os avanços e os recuos e dá coerência à vida dos povos que nem sempre sabem rever-se nos ensinamentos cósmicos inscritos na ordem natural. A filosofia é a mãe de todas as ciências, investigando-as até aos seus mais ínfimos pormenores.
Esta dialética não deve alienar-se dos saltos qualitativos que vamos constatando, através dos avanços científicos que às vezes nos deixam peripatéticos. Foi assim com a teoria darvinista, com as explicações de Galileu, com a façanha de Armstrong e com a generalização da informática que nos aproxima por cada clique, mas também nos pode separar mortiferamente. A era da informática resultou de todos os avanços planetários.
Para a sua implementação nenhum pormenor terrestre, marítimo ou aéreo poderia ser ignorado. Mas, como é óbvio, a humanidade acaba por beneficiar dos avanços científicos, utiliza-os nos seus excessos, mas não cuida de saber dos seus malefícios. Tudo o que na vida temos ao nosso dispor, tem a parte boa e a parte má. O próprio medicamento que tomamos para nos curar, pode matar-nos, quando tomado em excesso. O vinho faz bem, bebido com moderação. Mas poderá embebedar-nos e alterar o juízo,quando se exagera.
Tenho o hábito de usar nos meus escritos o exemplo pessoal. E neste caso uso-o para lamentar a minha falta de jeito para a informática. Numa só geração a vida mudou radicalmente. Os netos e bisnetos da minha geração e seguintes mal abrem os olhos, logo querem uma tablete, um telemóvel, um computador. E aquilo que para nós «é um bicho de sete cabeças», para eles parece não ter qualquer dificuldade. Mas é neste patamar da vida de cada um que devemos ter todos os cuidados. Para os internautas todos os cuidados são poucos. Conhecemos milhentos casos de jovens que se deixam seduzir pelos sortilégios da informática. E é por isso que valorizo e perfilho, nesta crónica, um apelo que me chegou nesta manhã de Fevereiro, de uma pessoa que bem conheço e que me diz: Como sabeis somos vigiados, a nível mundial e nacional, pelo que fazemos e escrevemos na internet, sobretudo no FACEBOOK e redes afins, às quais, por vezes, trapaceiramente nos pedem para aderir em nome de amizades nossas, sem ser a pedido pessoal e direto. Nunca aderi ao FACEBOOK (nem espero fazê-lo), apesar de admitir que para muita gente é um vírus benigno contra a solidão e em alguns casos um SOS de auxílios e ajudas. Porém é neste pântano informático que muitos serviços secretos e polícias controlam os cidadãos, capturam pedófilos e combatem a corrupção.
Muitas ditaduras, sangrentas ou musculadas, fazem verdadeiras lavagens ao cérebro dos povos que dominam e formam opiniões públicas com aparentes e falaciosos e-mails, para além de muitos políticos aproveitarem o FACEBOOK para se enaltecerem, comunicarem e até corromperem. Em contrário, também para eles, as redes sociais electrónicas são um dos meios para exercer cidadania (coartada nos Areópagos das Democracias e Partidos que nelas têm assento), onde nem sequer em dias de efemérides da Liberdade as «Galerias» têm voz. Limitam o número de e-mails diários, interferem com a nossa liberdade de consciência, escravizam-nos com publicidade (tantas vezes pornográfica e de consumismo pernicioso) e por tudo isto as «operadoras» nada fazem, mas colaboram com "espiões" para estes acederem a toda uma gama de escutas conforme a imprensa relata e os tribunais julgam.
Abusei da transcrição mas é oportuna e eu não seria capaz de dizer o mesmo em linguagem tão explícita.  Também não uso o Facebook porque conheço casos arrepiantes que tiveram origem nesta forma de comunicação.
 Barroso da Fonte

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