quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Muito obrigado poeta amigo

  Por: Costa Pereira- Portugal, minha terra. 

Temos o Carnaval à porta, o Domingo gordo é já o próximo, no dia 07. Este ano faço a minha partida ao corço da Bajouca, não vou lá. Mas, como dizia…. o saudoso Raul Solnado: “ meu pai não veio cá, mas foi a minha mãe lá”. No verdadeiro dia de Carnaval, terça-feira, que este ano calha no dia 09, tenho cá uma embaixada de bajouquenses que vêm à RTP1 para assistir ao programa Preço Certo, e como por adopção faço parte da família, lá estarei uma vez mais a passar uma tarde sempre muito animada pelo seu apresentador Fernando Mendes. Para que no dia me não engane no caminho, no passado domingo, apanhei o autocarro 750 e na Rotunda do Relógio entrei na Av. Gomes da Costa, passei ao lado da RTP, e sai na paragem a seguir, para entrar na rua Augusto de Castro, ao encontro da rua Conselheiro Emídio Navarro, onde, mais ao cimo  ficam as entradas para os estúdios da RTP. Claro que não me vou enganar, mas com isto quero que também não se engane  quem vem de longe, e não sabendo, precisa de saber para lá chegar.

E como diz o outro, "por morrer uma andorinha, não acaba a primavera". Pois, então! Tão-pouco alguma vez faltará inspiração ao meu distinto amigo e co-provinciano, o poeta e prosador João de Deus Rodrigues para poetizar e  como neste carnaval, nos deliciar, assim:


"O Carnaval na minha infância

     (memórias)

Foi antanho, é passado,
Mas a memória devolve tudo:
Uma mulher, a roca, o linho fiado,
Mas não se fiavam as barbas ao Entrudo!
Mão ágil, fósforo aceso, a estopa queimada.
Uma pedra que sai da mão,
E a cabeça rachada, ao carpinteiro João.
Uma mulher, as estopas a arder,
A ousadia, o drama, a agressão.                            
Porque os homens da aldeia faziam tudo,
Para que não se fiassem as barbas ao Entrudo,
Para manter viva a tradição.
Enquanto na cozinha, à luz da candeia,
Quatro gerações junto à lareira,
Festejavam o carnaval, sem máscaras,
Essas coisas do demónio tentador,
Porque só eram permitidas brincadeiras,
De deitar farinha na cabeça,
E contar “estórias”, não muito brejeiras…
E toda aquela boa gente,
De cara descoberta, alegre e contente,
Passava a noite de carnaval,
Com uma estridente gargalhada,
Até ao clarear da madrugada...
Era assim o Carnaval na minha infância,
Em casa dos meus avós maternos,
A tão longa distância…
Onde não eram conhecidos corsos carnavalescos,
Nem desfiles de samba, com foliões pitorescos…
     Desejo a todos os meus amigos um BOM CARNAVAL 2016.
                    João de Deus Rodrigues".



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