segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O califado tenebroso ISIS e Maomé



O ano de 622 é um ano crucial para os muçulmanos. Maomé, com uma boa parte dos seus seguidores, inicia a viagem para Yatrib que, desde então se começou a chamar Medina (Madinat al-Nabi ou “a cidade do Profeta”). E esta emigração do Profeta e dos primeiros muçulmanos de Meca para Medina ficou conhecida como Hégira.
Muçulmanos são aqueles que “se submetem” à vontade de Deus, Alá (que professam uma fé comum), que recompensaria os bons e castigaria os maus quando chegasse o Juízo Final. Deviam assim, abandonar as suas riquezas e a corrupção dos seus costumes, renunciar à avareza e ao engano, tratar com caridade os pobres, os oprimidos e os espoliados.
Ao contrário do que se pensa no mundo Ocidental, a mensagem de Maomé (o Profeta) não poderia ser menos ética ou moralmente censurável, nem mais contrária aos interesses comerciais e económicos dos grupos dominantes de Meca. Mais, criada a comunidade de muçulmanos em Medina, Maomé enceta vários acordos ou pactos com os habitantes de Medina (hoje erradamente conhecidos como “Constituição de Medina”) e estabelece, como um legislador sábio, as medidas e as normas que devem reger a comunidade muçulmana primitiva, que ainda hoje vigoram em todas as sociedades muçulmanas[1]. O Profeta  partilhava, assim, uma parte considerável da tradição cristã e judaica. E ao contrário do que se costuma pensar no Ocidente (e até no mundo islâmico), concedeu às mulheres direitos de que estavam privadas na sociedade tradicional árabe, como o direito à vida (proibindo o infanticídio feminino), à educação (como os varões), ou a receberem heranças (a sua independência económica, que implicava o direito de comprar ou vender propriedades). No próprio vestuário estabeleceu regras. As mulheres tinham o direito do uso voluntário do véu[2].
O energúmeno e as suas tropas
“Porque cargas de água” é que determinadas sociedades islâmicas, deturpam os preceitos do Profeta e oprimem minorias comunitárias em nome de Alá e do Profeta? Porque razão apareceu esse Califado obscuro e tenebroso (ISIS) a oprimir os Curdos do Iraque? Porque razão se não ouve uma voz de protesto europeu, ao contrário do que sucede com o conflito israelo-palestiniano?

Armando Palavras

Post-scriptum

Domingo (3), as Nações Unidas chamaram a atenção para a tragédia que se vive no norte do Iraque, com a perseguição  desse suposto  obscuro e tenebroso Califado (ISIS) às populações curdas. Pediu a ajuda ao governo do Iraque e do governo autónomo curdo do Iraque para acolherem o exodo de mais de 200 mil pessoas.
Uma tragédia que não veio noticiada nos jornais portugueses, e nos que veio ocupava 1/8 de página!



[1]Não confundir, portanto, sociedade islâmica com sociedade muçulmana.
[2]Nada de novo em relação ao Cristianismo.


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