quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Caimbambo à vista (ANGOLA)


Por: Costa Pereira
Portugal, minha terra.

Caimbambo à vista
Por: Costa Pereira

Agora que já se ficou com uma imagem da actual configuração que a cidade do Huambo apresenta, vamos deixar a urbe pelo também já nosso conhecido trajecto em direcção ao Bongo, mas desta vez prosseguindo a caminho de Caimbambo.
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Tomando a estrada de Benguela depois de passar São Pedro e mais adiante o rio Lufefena, com o aproximar do município de Caála deparamos com o rio Kunhongamua, linha de água que à região presta relevante préstimo. Para os de cá... e os de lá... poderem comparar a situação económica e social da ex- vila Robert Willams, vou transcrever do Anuário Comercial de 1971 o que consta sobre Caála: " Concelho com uma área de cerca de 4890 km. quadrados e altitude que varia entre 1410 e 2000 metros. Excelente clima. Está situada entre os municípios de do Huambo, Ganguelas, Caconda, Luiambale, Longongo e Vila Flor. Tem muito comercio, bastantes industrias, entre as quais a melhor fábrica de cerâmica da Província e também desenvolvida agricultura, quer de europeus ,quer de nativos. Além de possuir uma rede de esplêndidas estradas, cuja extensão atinge 846 km, é o concelho atravessado pelo Caminho de Ferro de Benguela num percurso de 99km. Tem a sua sede na vila Robert Wiliams, a uma altitude de 1744 metros, servida pelo referido caminho de ferro ao km 397".
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Calenga, a ex-Vila Verde de que já falei, é uma das actuais comunas de Caála. A sua feira junto à estrada realiza-se todos os dias e é muito farta e concorrida.
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As pedras enormes que caracterizam a paisagem angolana, também como cá estão a ser vandalizadas. Os martelos também já por lá andam e as autoridades até autorizam a "ENTRADA E SAIDA...." . Isto é em Lepi, comuna a seguir a Calenga, mas que já pertence ao município de Longonjo.
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Centro de Longonjo
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Centro de Longonjo
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Ucuma sede de Município
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Centro de Ucuma
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Ucuma (Um ribeiro que atravessa a estrada).
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O município de Tchindjenje (Huambo) delimita com o da Ganda (Benguela) no Alto Catumbela, mais precisamente na aldeia de Baboera.
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Ali uma modesta placa assinala a entrada na Província de Benguela
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Ao longo da estrada ainda se vêem muitos destes avisos a quem passa.
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Rio Catumbela, que tem a sua foz entre Benguela e o Lobito, e dá também ali o nome a uma localidade do litoral.
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A Ganda, ex-vila Mariano Machado, é a sede do município que tem o seu nome. Desta terra vale a pena transcrever da fonte acima referida o que consta: " Bela e sudável região sobreplanáltica a 1200 metros de altitude, atravessada pelos CFB desde o km 170 ao km 310, e servida pelas estações de Ganda, Babaera e Quingenge e os apeadeiros de Chimboa e Alto Catumbela. Uma boa rede de concelho.Excelentes terrenos para explorações agricolas e pecuárias, devido à fertilidade do seu solo e às suas imensas linhas de água. Grande centro comercial, industrial e agrícola. Rica região florestal onde abundam as espécies: Giraçonde, Tacula, Pau Oleo e Lumba. Magnifica região para café, onde ele produz admiravelmente nas qualidades Arábia, Libéria e Robusta. Grandiosas plantações de Agave se encontram na região, havendo 72 fábricas de desfibra".
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Outro município importante é Cubal que devido aos trabalhos de beneficiação da estrada, um desvio me impediu de passar pelo centro da vila. Do Cubal diz a mesma fonte de 1971: " Região pecuária e florestal. Industria principal: Desfibra de sisal, havendo 74 fábricas de desfibra e preparação no concelho que produzem cerca de 30.000 toneladas por ano. Situada no km 177 da linha do Caminho de Ferro de Benguela. No Cubal está instalado um depósito de maquinas do Caminho de Ferro. Tem um campo de aviação, à distância de 2km, possuindo uma boa pista de aterragem com 1600 metros de comprido por 20 metros de largo. Altitude 900 metros".
Como se percebe esta descrição foi-me despertada pelo que vi durante o percurso duma viagem de 4 horas que fiz do Huambo a Caimbambo, e que contrasta pela negativa com a descrição de que me servi para encorpar este post, e recordar que as guerras não favorecem ninguém, muitas vezes, nem mesmo os vencedores....
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Caimbambo à vista.

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Post muito comentado, do todo destaco um:

Amigo Costa Pereira, tudo o que nos tem mostrado sobre África é extraordinário. Todavia, dá para perceber que as terras do interior de Angola estão muito danificadas pela guerra. Para onde vai o dinheiro do petróleo e dos diamantes?
Um país tão rico como Angola, não devia florescer só em Luanda, não lhe parece?
Com o material que conseguiu trazer das suas férias africanas, um conselho: escreva essas memórias e tente um subsídio na Embaixada de Angola em Lisboa, estou certo que seria uma obra de grande aceitação nacional
”.

Uíuí. Meu caro: “Lá como cá, a maioria dos políticos com receio dos vírus contagiosos só mediante o uso de luvas....fazem alguma coisa. Lá como cá os políticos só se sentem vocacionados para os grandes "empreendimentos" que por norma recaem nos também grandes centros urbanos. O interior tem fama de dar pouca importância aos conselhos do pessoal técnico de saúde , e os políticos que só mediante o uso de luvas...costumam fazer qualquer coisa, não arriscam gastar cera com defuntos..., em terras onde até as luvas são de lã. Quanto às recordações de Angola, se pedisse apoio estava condenado a escrever o que me fosse imposto, assim digo o que vi e registo uma realidade histórica e actual. Mas não pense que Luanda está melhor do que o resto. O pandemónio é geral. Certo que está em reconstrução, mas falta muito ainda para ficar pelo menos no estado em que os portugueses deixaram aquele país. Obrigado pelo seu apoio”.




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