Por: Costa Pereira Portugal, minha terra. |
Por: Costa Pereira
Agora que já
se ficou com uma imagem da actual configuração que a cidade do Huambo
apresenta, vamos deixar a urbe pelo também já nosso conhecido trajecto em
direcção ao Bongo, mas desta vez prosseguindo a caminho de Caimbambo.
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Tomando a
estrada de Benguela depois de passar São Pedro e mais adiante o rio Lufefena,
com o aproximar do município de Caála deparamos com o rio Kunhongamua,
linha de água que à região presta relevante préstimo. Para os de cá... e os de
lá... poderem comparar a situação económica e social da ex- vila Robert
Willams, vou transcrever do Anuário Comercial de 1971 o que consta
sobre Caála: " Concelho com uma área de cerca de 4890 km. quadrados e
altitude que varia entre 1410 e 2000 metros. Excelente clima. Está situada
entre os municípios de do Huambo, Ganguelas, Caconda, Luiambale, Longongo e
Vila Flor. Tem muito comercio, bastantes industrias, entre as quais a melhor
fábrica de cerâmica da Província e também desenvolvida agricultura, quer de europeus
,quer de nativos. Além de possuir uma rede de esplêndidas estradas, cuja
extensão atinge 846 km, é o concelho atravessado pelo Caminho de Ferro de
Benguela num percurso de 99km. Tem a sua sede na vila Robert Wiliams, a uma
altitude de 1744 metros, servida pelo referido caminho de ferro ao km 397".
Calenga, a
ex-Vila Verde de que já falei, é uma das actuais comunas de Caála. A sua feira
junto à estrada realiza-se todos os dias e é muito farta e concorrida.
As pedras
enormes que caracterizam a paisagem angolana, também como cá estão a ser
vandalizadas. Os martelos também já por lá andam e as autoridades até autorizam
a "ENTRADA E SAIDA...." . Isto é em Lepi, comuna a seguir a Calenga,
mas que já pertence ao município de Longonjo.
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Centro de
Longonjo
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Ucuma sede
de Município
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O município
de Tchindjenje (Huambo) delimita com o da Ganda (Benguela) no
Alto Catumbela, mais precisamente na aldeia de Baboera.
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Ali uma
modesta placa assinala a entrada na Província de Benguela
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Rio
Catumbela, que tem a sua foz entre Benguela e o Lobito, e dá também ali o nome
a uma localidade do litoral.
A Ganda,
ex-vila Mariano Machado, é a sede do município que tem o seu nome. Desta terra
vale a pena transcrever da fonte acima referida o que consta: " Bela e
sudável região sobreplanáltica a 1200 metros de altitude, atravessada pelos CFB
desde o km 170 ao km 310, e servida pelas estações de Ganda, Babaera e
Quingenge e os apeadeiros de Chimboa e Alto Catumbela. Uma boa rede de
concelho.Excelentes terrenos para explorações agricolas e pecuárias, devido à
fertilidade do seu solo e às suas imensas linhas de água. Grande centro
comercial, industrial e agrícola. Rica região florestal onde abundam as
espécies: Giraçonde, Tacula, Pau Oleo e Lumba. Magnifica região para café, onde
ele produz admiravelmente nas qualidades Arábia, Libéria e Robusta. Grandiosas
plantações de Agave se encontram na região, havendo 72 fábricas de desfibra".
Outro
município importante é Cubal que devido aos trabalhos de beneficiação da
estrada, um desvio me impediu de passar pelo centro da vila. Do Cubal diz a
mesma fonte de 1971: " Região pecuária e florestal. Industria
principal: Desfibra de sisal, havendo 74 fábricas de desfibra e preparação no
concelho que produzem cerca de 30.000 toneladas por ano. Situada no km 177 da
linha do Caminho de Ferro de Benguela. No Cubal está instalado um depósito de
maquinas do Caminho de Ferro. Tem um campo de aviação, à distância de 2km,
possuindo uma boa pista de aterragem com 1600 metros de comprido por 20 metros
de largo. Altitude 900 metros".
Como se
percebe esta descrição foi-me despertada pelo que vi durante o percurso duma
viagem de 4 horas que fiz do Huambo a Caimbambo, e que contrasta pela negativa
com a descrição de que me servi para encorpar este post, e recordar que
as guerras não favorecem ninguém, muitas vezes, nem mesmo os vencedores....
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Caimbambo à vista.
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Post muito comentado, do todo
destaco um:
“Amigo Costa Pereira, tudo o que nos tem mostrado sobre África é
extraordinário. Todavia, dá para perceber que as terras do interior de Angola
estão muito danificadas pela guerra. Para onde vai o dinheiro do petróleo e dos
diamantes?
Um país tão rico como Angola, não devia florescer só em Luanda, não lhe parece?
Com o material que conseguiu trazer das suas férias africanas, um conselho: escreva essas memórias e tente um subsídio na Embaixada de Angola em Lisboa, estou certo que seria uma obra de grande aceitação nacional”.
Um país tão rico como Angola, não devia florescer só em Luanda, não lhe parece?
Com o material que conseguiu trazer das suas férias africanas, um conselho: escreva essas memórias e tente um subsídio na Embaixada de Angola em Lisboa, estou certo que seria uma obra de grande aceitação nacional”.
Uíuí. Meu caro: “Lá como cá, a maioria dos políticos com receio dos vírus contagiosos só mediante o uso de luvas....fazem alguma coisa. Lá como cá os políticos só se sentem vocacionados para os grandes "empreendimentos" que por norma recaem nos também grandes centros urbanos. O interior tem fama de dar pouca importância aos conselhos do pessoal técnico de saúde , e os políticos que só mediante o uso de luvas...costumam fazer qualquer coisa, não arriscam gastar cera com defuntos..., em terras onde até as luvas são de lã. Quanto às recordações de Angola, se pedisse apoio estava condenado a escrever o que me fosse imposto, assim digo o que vi e registo uma realidade histórica e actual. Mas não pense que Luanda está melhor do que o resto. O pandemónio é geral. Certo que está em reconstrução, mas falta muito ainda para ficar pelo menos no estado em que os portugueses deixaram aquele país. Obrigado pelo seu apoio”.
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