j.a.costapereira@sapo.pt |
Iniciou
a pesquisa, no ano de 2006, em terras de Ansião, através de artigo online, onde
descreve como casualmente no final de um repasto,
“numa bucólica aldeiazinha que tem e dá o nome à freguesia de Torre de Vale
de Todos”, foi dar com uma paroquial
cuja padroeira veio a saber é Nª/Sª da Graça”.
“Confesso
(diz o autor) que, durante muitos anos, para mim que de perto Senhora da Graça
só conhecia a minha - a de Vilar de Ferreiros, no concelho de Mondim de Basto,
distrito de Vila Real -, no Monte Farinha, foi uma alegria redobrada, esta
descoberta”.
Assim
foi, essa descoberta casual, traduziu-se no pequeno volume que ora se
apresenta. Porque foi esse o rastilho que lhe “incendiou a curiosidade de
conhecer terras onde a devoção graciana se pratica e continuar o arrolamento na
região”.
E não
vai de modas, porque, logo aí inicia uma pesquisa sobre essa imagem,
transcrevendo de uma página de “Viajando no Tempo”, que o seu autor foi “
mestre conimbricense João de Ruão, esculpida há quase 500 anos a troco de 5$000
réis”. E que a bela imagem feita de pedra Ançã, pesa 15 arrobas e “é uma cópia
da de Nossa Senhora da Esperança que acompanhou Pedro Álvares Cabral ao
Brasil”.
Dessa
aldeia bucólica, salta o autor em peregrinação por terras de Leiria, onde vive
há cerca de 40 anos e dá-se conta da enormidade de paróquias ligadas ao culto
graciano. Amante da vida, como nos dá a entender, o autor almoça, bebe o seu
cafezinho, assiste à missa, a casamentos e vai por aí fora na companhia de
convivas, descrevendo o que vê, o que perscrute, dando-nos conta das pessoas
que vai conhecendo e lhe dão guarida, sem deixar de fazer, aqui e ali, breves
apontamentos de História. Costa Pereira é um viajante, um caminheiro da estrada
larga, com coração aberto e olhar atento.
Não
segue um discurso pragmático. Interrompe aqui e ali, para justificar,
demonstrar e explicar. Como é percetível quando interrompe para nos explicar
porque razão este arrolamento que de inicio se ficaria por terras de Sicó,
depressa se estendeu a todo o país - O
alento recebido online, por dois mensageiros. Um, do amigo Mota que o alertou
para o culto graciano algarvio, outro, de Christovão de Ávila, homem de letras,
natural do Brasil, atiçando-o a publicar o arrolamento.
Já com ¼
de texto escrito, o autor inicia um esboço histórico à volta deste culto “que
se crê, seja genuinamente português”, assevera. E recorre ao texto de Frei
Agostinho de Santa Maria que situa a sua origem no ano de 1362, com descoberta
de imagem em Cascais, entregue mais tarde aos cuidados dos frades de Santo
Agostinho.
Feita a
resenha da Ordem, Costa Pereira recebe novidade de Christóvão de Ávila: Nossa
Senhora da Graça terá sido a primeira padroeira do Brasil , dando mais tarde
lugar a Nª/Sª da Aparecida.
E
transcreve ipsis verbis o texto de Ávila, uma preciosidade sobre os
primórdios históricos do culto graciano no Brasil.
Finalmente,
no terceiro capitulo dá-nos conta do roteiro nacional sobre o culto graciano,
que inicia na ponta de Sagres, sobe ao Centro, passando pelas Beiras e Minho.
Em passada larga ruma a Benguela (Angola) e encerra o escrito com a descrição
de um trabalho monográfico sobre a sua terra natal (o monte Farinha em
Ferreiros), onde se situa o mais belo exemplar do culto graciano.
O livro
de Costa Pereira serve de ponto de partida para um trabalho de outro tipo de
profundidade. O que ele não teve, diga-se.
Ocorre-nos
acrescentar que esta crónica sairia mais enriquecida com um mapa ilustrativo,
incrustando aquilo que nos foi deixado pela descrição.
Armando
Palavras
Portugal, minha terra. |
Entrou
para as OGME, em 1968; e dali, para a ESSM até ser aposentado. Mercê do seu
profissionalismo e comportamento no ambiente de trabalho vários são os louvores
oficiais que lhe foram conferidos: e por Portaria de 09 de Março de 1998 foi
condecorado com a Medalha de D. Afonso Henriques, Patrono do Exército, pelo
Chefe do Estado-Maior do Exército. Embora transmontano residente em Lisboa, por
casamento está também ligado a terras do Lis (Bajouca -Leiria).
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