quinta-feira, 8 de maio de 2014

Nossa Senhora da Graça – na fé dos mareantes, um livro de Costa Pereira


Para adquirir o livro -
j.a.costapereira@sapo.pt
Espalhado por todo o mundo onde a curiosidade portuguesa espreitou, o culto a Nossa Senhora da Graça é tratado nesta crónica, com respeito e adoração. Costa Pereira elabora assim um registo dos locais onde o culto se pratica.
Iniciou a pesquisa, no ano de 2006, em terras de Ansião, através de artigo online, onde descreve como casualmente no final de um repasto, “numa bucólica aldeiazinha que tem e dá o nome à freguesia de Torre de Vale de Todos”, foi dar com uma paroquial cuja padroeira veio a saber é Nª/Sª da Graça”.
“Confesso (diz o autor) que, durante muitos anos, para mim que de perto Senhora da Graça só conhecia a minha - a de Vilar de Ferreiros, no concelho de Mondim de Basto, distrito de Vila Real -, no Monte Farinha, foi uma alegria redobrada, esta descoberta”.
Assim foi, essa descoberta casual, traduziu-se no pequeno volume que ora se apresenta. Porque foi esse o rastilho que lhe “incendiou a curiosidade de conhecer terras onde a devoção graciana se pratica e continuar o arrolamento na região”.
E não vai de modas, porque, logo aí inicia uma pesquisa sobre essa imagem, transcrevendo de uma página de “Viajando no Tempo”, que o seu autor foi “ mestre conimbricense João de Ruão, esculpida há quase 500 anos a troco de 5$000 réis”. E que a bela imagem feita de pedra Ançã, pesa 15 arrobas e “é uma cópia da de Nossa Senhora da Esperança que acompanhou Pedro Álvares Cabral ao Brasil”.
Dessa aldeia bucólica, salta o autor em peregrinação por terras de Leiria, onde vive há cerca de 40 anos e dá-se conta da enormidade de paróquias ligadas ao culto graciano. Amante da vida, como nos dá a entender, o autor almoça, bebe o seu cafezinho, assiste à missa, a casamentos e vai por aí fora na companhia de convivas, descrevendo o que vê, o que perscrute, dando-nos conta das pessoas que vai conhecendo e lhe dão guarida, sem deixar de fazer, aqui e ali, breves apontamentos de História. Costa Pereira é um viajante, um caminheiro da estrada larga, com coração aberto e olhar atento.
Não segue um discurso pragmático. Interrompe aqui e ali, para justificar, demonstrar e explicar. Como é percetível quando interrompe para nos explicar porque razão este arrolamento que de inicio se ficaria por terras de Sicó, depressa se estendeu a todo o país -  O alento recebido online, por dois mensageiros. Um, do amigo Mota que o alertou para o culto graciano algarvio, outro, de Christovão de Ávila, homem de letras, natural do Brasil, atiçando-o a publicar o arrolamento.
Já com ¼ de texto escrito, o autor inicia um esboço histórico à volta deste culto “que se crê, seja genuinamente português”, assevera. E recorre ao texto de Frei Agostinho de Santa Maria que situa a sua origem no ano de 1362, com descoberta de imagem em Cascais, entregue mais tarde aos cuidados dos frades de Santo Agostinho.
Feita a resenha da Ordem, Costa Pereira recebe novidade de Christóvão de Ávila: Nossa Senhora da Graça terá sido a primeira padroeira do Brasil , dando mais tarde lugar a Nª/Sª da Aparecida.
E transcreve ipsis verbis o texto de Ávila, uma preciosidade sobre os primórdios históricos do culto graciano no Brasil.
Finalmente, no terceiro capitulo dá-nos conta do roteiro nacional sobre o culto graciano, que inicia na ponta de Sagres, sobe ao Centro, passando pelas Beiras e Minho. Em passada larga ruma a Benguela (Angola) e encerra o escrito com a descrição de um trabalho monográfico sobre a sua terra natal (o monte Farinha em Ferreiros), onde se situa o mais belo exemplar do culto graciano.
O livro de Costa Pereira serve de ponto de partida para um trabalho de outro tipo de profundidade. O que ele não teve, diga-se.
Ocorre-nos acrescentar que esta crónica sairia mais enriquecida com um mapa ilustrativo, incrustando aquilo que nos foi deixado pela descrição.

Armando Palavras


  Portugal, minha terra.
Costa Pereira nasceu a 6 de Dezembro de 1938, em Vilar de Ferreiros, Mondim de Basto,  Fixou-se em Lisboa no ano de 1961. Pela mão do seu mestre escola, o publicista celoricense José Lopes, inicia a sua caminhada na comunicação social, com um artigo pulicado no extinto Noticias de Basto, em 25 de Julho de 1960. Depois foi um nunca mais acabar, com colaboração nos mais diversos jornais da Imprensa Não Diária: o Noticias de Chaves, Voz de Trás-os-Montes, A Ordem, Terras de Basto, Monte Farinha, Povo de Basto, Ecos de Belém, Noticias do Bombarral, A Voz de Domingo, O Mensageiro, Elo da Bajouca e outros mais, como o boletim do Grupo Folclórico e Recreativo de Vilarinho - Vilar de Ferreiros, de que foi fundador. Aí se denota o seu acerbado regionalismo.
Entrou para as OGME, em 1968; e dali, para a ESSM até ser aposentado. Mercê do seu profissionalismo e comportamento no ambiente de trabalho vários são os louvores oficiais que lhe foram conferidos: e por Portaria de 09 de Março de 1998 foi condecorado com a Medalha de D. Afonso Henriques, Patrono do Exército, pelo Chefe do Estado-Maior do Exército. Embora transmontano residente em Lisboa, por casamento está também ligado a terras do Lis (Bajouca -Leiria).


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