Dr. João Amoedo -
Médico de Medicina Geral e Familiar
Membro da Direcção da
Fundação Grünenthal
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A dor é ainda um problema
demasiado frequente na prática clínica, constituindo-se ainda num dos principais
motivos determinantes da procura de cuidados médicos.
O avançar da idade é um
aliado, que por si só favorece a multiplicação de queixas dolorosas, mas são
muitas as causas que protagonizam o inerente sofrimento.
Os Médicos de Família, a
par dos Ortopedistas e dos Reumatologistas, são os especialistas mais
solicitados pelos doentes com queixas de dor. Caso considerem adequado, estes
especialistas podem referenciar o doente para uma das Unidades de Dor,
existentes nos hospitais públicos.
Na retaguarda de uma dor,
podem esconder-se vários tipos de doenças, como por exemplo as artroses, a
artrite reumatóide, a osteoporose, a artrite gotosa, os cancros invasivos dos
ossos, como é o caso dos tumores da próstata ou o mieloma múltiplo.
O enfraquecimento da
estrutura dos ossos favorece o risco de ocorrência de fracturas.
O alívio da dor é um
imperativo ético, extensível a todos os profissionais de saúde (médicos,
enfermeiros, fisioterapeutas), mas nem sempre a dor é bem tratada e controlada.
Existem vários tipos de
medicamentos que ajudam a controlar as dores.
As doses dos medicamentos
devem ser ajustadas de acordo com o tamanho, o peso e o estado geral dos
doentes, podendo ser preciso iniciar tratamentos com doses mais baixas,
aumentando-as depois de modo progressivo, para evitar efeitos secundários
previsíveis.
A causa da dor deve ser
explicada ao doente e cuidador para evitar especulações preocupantes.
No tratamento da dor podem
utilizar-se os medicamentos anti-inflamatórios, que ajudam a aliviar a dor
breve/momentânea, e os medicamentos analgésicos, onde se encontram os
medicamentos opióides, que são eficazes no alívio da dor prolongada e crónica.
A investigação clínica na
área dos opióides, conduziu à síntese e comercialização de um novo fármaco
denominado tapentadol, que de acordo com o resultado de estudos clínicos,
poderá representar um avanço promissor na terapêutica da dor.
Os tratamentos da dor
devem ser bem explicados aos doentes, e aos seus acompanhantes, sendo útil o
fornecimento de um suporte escrito, para que não haja equívocos.
É muito importante saber
prever o risco de possíveis interacções com outros medicamentos, que o doente
possa estar a tomar.
A lei portuguesa
estabelece a medição da dor como um dever.
Existem vários tipos de
escalas, que visam a possibilidade de objectivar a intensidade da dor e assim orientar
as melhores escolhas dos tratamentos a realizar e a respetiva evolução.
Por
isso, se sente uma dor persistente há mais de 3 meses, procure o seu médico de
família ou especialista para o ajudar a controla-la. Se a dor não for adequadamente
tratada pode afetar gravemente a sua qualidade de vida.
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