Quando o Governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas tomou conta do País, após eleições justas e livres (legitimas), em Junho de 2011, a Nação estava na bancarrota (é bom lembrar, embora os seus responsáveis procurem, por todos os meios, como se viu recentemente, mudar a História[1]). A sua divida pública era considerada lixo, não havendo nenhum investidor nela interessado.
As causas da bancarrota são hoje
por demais evidentes, até para o cidadão comum. Mas a principal foi, sem
dúvida, a péssima governação socialista (socrática). Aos devaneios
económico/financeiros, juntaram-se factores sociais e humanos, como as
patifarias desnecessárias (mas execráveis) sobre cidadãos indefesos, que
tornaram esse período o mais nefasto da História Portuguesa, nestes últimos 100
anos. A seu tempo, com a distância necessária, a própria História se
encarregará de o demonstrar.
Perante isto, com o País como
protectorado da União, uma divida colossal para pagar (com buracos que ainda
não são públicos!), um pântano administrativo (com os lugares de chefia, mesmo
os intermédios, ocupados por gente socrática – e ainda por cima medíocre) e
outras questões (umas menores e outras complexas) por resolver, não restou ao
actual governo cumprir com o memorando assinado (e mal) por quem nos trouxe até
aqui. E ao povo português, coube pagar injustamente a factura que não é sua.
Dois anos passados de declarada a
bancarrota, o país consegue ir aos mercados, a compra da nossa divida pública
já não é problema, mas as condições sociais do povo são muitíssimo
preocupantes, com o desemprego em flecha e a desagregação humana provocada pela
pobreza.
Quando o Doutor Salazar em 1928,
com uma situação idêntica à actual (mas não igual porque o país não estava em
total bancarrota) no seu discurso de posse, sabendo para onde ia, insinuava que
se lhe não exigisse resolver o problema do défice orçamental em poucos meses,
tinha condições únicas (que o governo actual não teve nem tem) para a resolução
do problema. Desde logo, impôs condições draconianas para aceitar a pasta das
Finanças (imposição impensável em democracia), com uma Ditadura Militar a
guardar-lhe a retaguarda. Mas o aspecto mais importante para o seu êxito e
triunfo, apresentando em Agosto de 1929 (um ano e quatro meses depois de tomar
posse) um superavit no seu primeiro orçamento,
foi não ter necessitado de pedir um empréstimo ao exterior. Embora o tivesse
previsto e tentado.
A ordem das contas públicas
originou o que toda a gente sabe: a “miséria franciscana”. E só nos princípios
de 1950 o país começou a prosperar (2).
Viveram-se 22 anos em aperto constante.
Queiram os portugueses, ou não
queiram, invente José Seguro o que inventar, mesmo que consigamos caminhar
sozinhos no período pós troika (e disso não temos dúvidas porque há gente para
isso), esperam-nos, na melhor das hipóteses, pelo menos, 15 a 20 anos de
aperto. Foi a isto que os socráticos nos trouxeram!
Enquanto isso, um grupo de
obstinados anda por aí a cantar Zeca Afonso – a Vila Morena. Porque não precisa de trabalhar, pois então!
Armando Palavras
(1) É esta a grande razão porque se chegou ao obtuso
“Documento de Coimbra” (a que António José Seguro, procura resistir com toda a
razão) para a tomada de poder assim que seja possível (quanto mais rápido,
melhor. Para os socráticos). Mas sim da classe politica.
(2) Entre 1950 e 1973, Portugal passou pelo período mais
próspero da sua História. E já agora, mesmo não sendo este o objectivo do
escrito, em 1970, 1971 e 1972, registaram-se taxas de crescimento económico ao
nível das registadas na China actual!
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