sábado, 23 de fevereiro de 2013

Dos apertos de Salazar à invectiva da Vila More






Quando o Governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas tomou conta do País, após eleições justas e livres (legitimas), em Junho de 2011, a Nação estava na bancarrota (é bom lembrar, embora os seus responsáveis procurem, por todos os meios, como se viu recentemente, mudar a História[1]). A sua divida pública era considerada lixo, não havendo nenhum investidor nela interessado.

As causas da bancarrota são hoje por demais evidentes, até para o cidadão comum. Mas a principal foi, sem dúvida, a péssima governação socialista (socrática). Aos devaneios económico/financeiros, juntaram-se factores sociais e humanos, como as patifarias desnecessárias (mas execráveis) sobre cidadãos indefesos, que tornaram esse período o mais nefasto da História Portuguesa, nestes últimos 100 anos. A seu tempo, com a distância necessária, a própria História se encarregará de o demonstrar.
Perante isto, com o País como protectorado da União, uma divida colossal para pagar (com buracos que ainda não são públicos!), um pântano administrativo (com os lugares de chefia, mesmo os intermédios, ocupados por gente socrática – e ainda por cima medíocre) e outras questões (umas menores e outras complexas) por resolver, não restou ao actual governo cumprir com o memorando assinado (e mal) por quem nos trouxe até aqui. E ao povo português, coube pagar injustamente a factura que não é sua.
Dois anos passados de declarada a bancarrota, o país consegue ir aos mercados, a compra da nossa divida pública já não é problema, mas as condições sociais do povo são muitíssimo preocupantes, com o desemprego em flecha e a desagregação humana provocada pela pobreza.
Quando o Doutor Salazar em 1928, com uma situação idêntica à actual (mas não igual porque o país não estava em total bancarrota) no seu discurso de posse, sabendo para onde ia, insinuava que se lhe não exigisse resolver o problema do défice orçamental em poucos meses, tinha condições únicas (que o governo actual não teve nem tem) para a resolução do problema. Desde logo, impôs condições draconianas para aceitar a pasta das Finanças (imposição impensável em democracia), com uma Ditadura Militar a guardar-lhe a retaguarda. Mas o aspecto mais importante para o seu êxito e triunfo, apresentando em Agosto de 1929 (um ano e quatro meses depois de tomar posse) um superavit no seu primeiro orçamento, foi não ter necessitado de pedir um empréstimo ao exterior. Embora o tivesse previsto e tentado.
A ordem das contas públicas originou o que toda a gente sabe: a “miséria franciscana”. E só nos princípios de 1950 o país começou a prosperar (2). Viveram-se 22 anos em aperto constante.
Queiram os portugueses, ou não queiram, invente José Seguro o que inventar, mesmo que consigamos caminhar sozinhos no período pós troika (e disso não temos dúvidas porque há gente para isso), esperam-nos, na melhor das hipóteses, pelo menos, 15 a 20 anos de aperto. Foi a isto que os socráticos nos trouxeram!
Enquanto isso, um grupo de obstinados anda por aí a cantar Zeca Afonso – a Vila Morena. Porque não precisa de trabalhar, pois então!
Armando Palavras


(1) É esta a grande razão porque se chegou ao obtuso “Documento de Coimbra” (a que António José Seguro, procura resistir com toda a razão) para a tomada de poder assim que seja possível (quanto mais rápido, melhor. Para os socráticos). Mas sim da classe politica.
(2) Entre 1950 e 1973, Portugal passou pelo período mais próspero da sua História. E já agora, mesmo não sendo este o objectivo do escrito, em 1970, 1971 e 1972, registaram-se taxas de crescimento económico ao nível das registadas na China actual!

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