quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Portugal de regresso aos mercados


Primeiro Ministro de Portugal e Ministro das Finanças de Portugal












Ricardo Costa
10:12 Terça feira, 22 de janeiro de 2013

É mesmo um regresso aos mercados?

Com o airbag do BCE, um swap de dívida e um prolongar dos prazos de maturidade, Portugal está em condições de seguir a Irlanda no regresso aos mercados. Com tanta protecção e alterações de regras, este será mesmo um regresso aos mercados? Muitos dirão que não, sobretudo com argumentos que dão jeito a análises políticas: o BCE impede que as coisas corram mal, os bancos portugueses estão alinhados para comprar o que houver, muita dívida estará pré-colocada, o swap já foi uma espécie de renegociação e os novos prazos são mesmo uma renegociação.
Certo? Nem por isso. Eu, que escrevi várias vezes que seria quase impossível que Portugal regressasse aos mercados em 2013, reconheço sem qualquer problema que com estas regras Portugal está em condições de o fazer. Mais relevante, a estratégia negocial de Vítor Gaspar foi a correcta, sobretudo nos prazos em que jogou as suas cartas. Sempre sem forçar e sempre a aproveitar a terra firme que outros, sobretudo a Irlanda, iam pisando.
Assim, Portugal vai mesmo regressar aos mercados. Como escreve hoje o Henrique Monteiro, Portugal regressa aos mercados mas os portugueses não. É verdade que não vamos sentir alterações com esse regresso. Mas há uma verdade ainda mais óbvia: sem regressarmos aos mercados, não recuperamos nenhuma autonomia política nem orçamental. Não sei o que se passará depois do regresso, mas sei que sem esse regresso não se passará nada.


A importância do regresso aos mercados
23/01/13 00:30 | Económico

Portugal regressa hoje aos mercados de dívida pública de médio e longo prazo

Portugal regressa hoje aos mercados de dívida pública de médio e longo prazo. A emissão de dois mil milhões de euros com maturidade a cinco anos é um ponto de viragem no processo de recuperação da economia nacional.
O País tem beneficiado do facto de estar a cumprir com grande parte do plano de ajustamento a que se obrigou e tem sido elogiado internacionalmente pelo esforço empreendido. Por isso, as taxas de juro das Obrigações do Tesouro a 10 anos que subiram desmesuradamente, mesmo depois da concessão do auxílio por parte da ‘troika', atingindo os 17% em Janeiro de 2012, têm caído paulatinamente e ontem atingiram, pela primeira vez desde finais de 2010, um valor abaixo dos 6%. A partir de agora, o Banco Central Europeu vai poder adquirir dívida pública portuguesa e as agências de ‘rating' poderão reapreciar em alta a notação atribuída à República Portuguesa, o que influenciará a classificação das empresas, em particular dos bancos, para poderem voltar a atrair investidores internacionais, o que, aliás, até já está a acontecer.
Esta dinâmica, ajudada pelo facto de o défice público de 2012 ter ficado abaixo do limite de 5% e de Portugal e Irlanda pedirem um alargamento dos prazos dos empréstimos europeus, vai, por certo, incentivar potenciais investimentos no nosso país e facilitar o fluxo de financiamento para as empresas o que, a prazo, se traduzirá em crescimento económico e na criação de emprego. Mas o regresso aos mercados não é a panaceia para todos os males, bem longe disso, porque ainda há muito caminho para percorrer e muito sacrifício para fazer.
O Governo não pode afrouxar a onda de austeridade e os portugueses vão continuar a pagar uma enorme carga fiscal. Este é apenas mais um passo, embora muito importante, na longa caminhada para a recuperação económica e social do País.

Económico online


Sem comentários:

Enviar um comentário

1000 dias de guerra na Ucrânia

Este criminoso de guerra não iniciou a guerra com a Ucrânia há 10 dias, iniciou-a há 10 anos com a invasão da Crimeia. Ontem houve eventos a...