Uma critica aos criticos |
Primeiro Ministro de Portugal e Ministro das Finanças de Portugal |
Essa horda de críticos do governo, além de não ter legitimidade alguma para o criticar, é, na essência, a imagem de John Vicent Moon do conto de Borges (Ficções).
Não tem havido dia em que não haja figuras públicas a pronunciarem-se sobre a situação do país, sem pudor algum, utilizando uma linguagem execrável.
O dr. Mário Soares vislumbra guerras civis, o Prof Freitas e Arménio Carlos (CGTP) apelam para a dissolução do Parlamento (!), os ex. Capitães de Abril apregoam golpes de Estado, comentadores e colunistas raiam a mediocridade ao comentar as politicas a que o governo se viu forçado a tomar, Baptista da Silva enganou Catedráticos e burlou instituições como o Grémio Literário de Lisboa, jornalistas demagógicos seguem a retórica do momento. O povo encolhe-se, por vezes aplaude, por vezes não comenta.
Perante este circo, comentadores e colunistas (contam-se pelos dedos de uma mão, os que são realmente bons), advogam sobre a legitimidade do governo para pôr as medidas em execução.
É de faco verdade que estas medidas não constavam do programa eleitoral (Mas os dados do Memorando não eram exactos). E as que tomaram os dois governos anteriores eram legítimas? Constavam do programa que José Sócrates apresentou? Não constava lá obter recordes na dimensão do défice, nem a estimulação do desemprego, nem que iria duplicar a divida pública, levando o país à bancarrota, nas mãos dos credores.
Mas tudo isto foi concretizado. E aqueles que agora criticam os sociais-democratas, à época nem piaram perante estes dois governos patifes. É um hábito antigo nesta gente. Se o governo implementasse o programa eleitoral, era fustigado na mesma. Aliás, não é por acaso que é o próprio FMI que faz, nesse relatório tão falado, um retrato bárbaro do país, cujos factos, na sua maioria, são já do conhecimento de todos os portugueses: a balbúrdia da administração central, passando pelas escolas e terminando na saúde. E todos sabemos quem são os responsáveis. E também não é por acaso que é agora preciso cortar na despesa quatro mil milhões!
Apesar da horda de críticos, a venda dos titulos da divida (ontem) foi um feito extraordinário. Ninguém (dos críticos) pensaria que isso fosse possível (se bem que agora vão aparecer muitos a dizer o contrário, como é próprio dos medíocres) Sinal que a estratégia do governo estava certa e que o Ministro das Finanças sabia do que falava e do que fazia.
Armando Palavras
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