José Manuel (Fragata) |
Como Uma águia
Sibila o vento.
Sobre um mar prateado povoado de dunas,
Grita o silêncio sem correntes por perto!
Liberto o meu pensamento na difusa sombra
E desfruto das sensações de mil e um sentimentos
Sob um deserto de vida.
Ao sabor do vento, num rumo incerto,
Vivo após adormecer com o céu,
As estrelas e a lua por perto,
De asas abertas...
Num voo infinito desfruto o momento...
E plano como uma águia ao amanhecer.
Finalmente liberto, não durmo,
Sonho que sou uma águia.
Sibila o vento.
Sobre um mar prateado povoado de dunas,
Grita o silêncio sem correntes por perto!
Liberto o meu pensamento na difusa sombra
E desfruto das sensações de mil e um sentimentos
Sob um deserto de vida.
Ao sabor do vento, num rumo incerto,
Vivo após adormecer com o céu,
As estrelas e a lua por perto,
De asas abertas...
Num voo infinito desfruto o momento...
E plano como uma águia ao amanhecer.
Finalmente liberto, não durmo,
Sonho que sou uma águia.
J. F
Saudade
Ausente do corpo, sempre presente...
Povoa-me a alma de instantes do tamanho do Mundo!
Nomes ausentes, flores pujantes de primaveras passadas,
Memórias prensadas entre as folhas de outras memórias,
Que de tempos a tempos folheio.
Tacteio as folhas verdes, esmorecidas,
Leio-lhes a sina, já escrita;
Nas nervuras ressequidas,
O toque trinado das cordas do tempo,
Acompanha o fado.
Histórias dentro de histórias,
Marcadas com pétalas de flores
E com folhas vivas
Sacrificadas ao ritual das marcas da vida.
Povoa-me a alma de instantes do tamanho do Mundo!
Nomes ausentes, flores pujantes de primaveras passadas,
Memórias prensadas entre as folhas de outras memórias,
Que de tempos a tempos folheio.
Tacteio as folhas verdes, esmorecidas,
Leio-lhes a sina, já escrita;
Nas nervuras ressequidas,
O toque trinado das cordas do tempo,
Acompanha o fado.
Histórias dentro de histórias,
Marcadas com pétalas de flores
E com folhas vivas
Sacrificadas ao ritual das marcas da vida.
J.F.
Caminhos
Outrora, alvos de neve,
gastos pelos pés que os calcorrearam
Em acto recoletor como o da formiga,
num vai e vem incessante,
serpenteavam a arriba.
num vai e vem incessante,
serpenteavam a arriba.
Homens e animais, num esforço recíproco,
com travo ao sal da fadiga,
escolhiam incertos degraus de pedras lavadas
pelo sangue das almas que lhe davam vida,
submetendo a invasão dos arbustos
à destreza da foice e de dentes famintos.
Agora, debaixo de musgos e de ervas daninhas,
privadas da vida de todos os dias,
escondem-se as pedras carpindo saudade...
A sangria dos Homens abriu novos caminhos,
com outros destinos.
J. F.
com travo ao sal da fadiga,
escolhiam incertos degraus de pedras lavadas
pelo sangue das almas que lhe davam vida,
submetendo a invasão dos arbustos
à destreza da foice e de dentes famintos.
Agora, debaixo de musgos e de ervas daninhas,
privadas da vida de todos os dias,
escondem-se as pedras carpindo saudade...
A sangria dos Homens abriu novos caminhos,
com outros destinos.
J. F.
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