Mário Adão Magalhães |
E
que tal parar mesmo para reflectirmos? Todos. Sociedade e não só a política,
porque essa vai gizando e passando por entre os pingos de chuva para chegar a
onde vale tudo: tudo vale.
Há
uns dias escrevia eu que estamos muito mal quando de modo mais ou menos velado,
mais que por esta ou aquela estratégia – económica ou política, sobretudo,
pretendemos envolver o senhor Presidente da República nas quezílias, batemos no
fundo.
Já
batemos muitas vezes – por vezes parecemos uma bola de pingue-pongue, ou mesmo
o palhacinho que salta na caixinha das surpresas porque a este nível a
profundidade é mais que uma uma mina aclivada ao mais baixo nível possível.
Chegados
a este número não vejo muito mais que justifique a necessidade de parar para
reflectir enquanto sociedade, mas especialmente a política – esta nunca pode
ser esquecida por sombra alguma – esta está logo nas principais trincheiras.
Até por tudo que vamos presenciando quer ao nível da abstenção nas eleições,
quer ao nível do ataque vil e ronhoso que são os espaços de debate político.
(Ainda que por aqui houvéssemos de chegar à Assembleia da República para
presenciar guerras pessoais ou partidárias em deterimento de tudo o que realmente
nos interessa, interessa ao país).
Quase
todos nós já fomos objecto deste ou daquele motivo a qualquer momento em que
verificamos que o tal palhacinho faz bem mais figura que muitos de nós, quem se
nos diz dirigimos o destino.
Portugal
bate no fundo quando vamos a uma farmácia e se nos diz que aquele medicamento
não está disponível. Sempre pelo mesmo motivo: este ou aquele laboratório não o
produz porque a fórmula assim o exige. Fala muito alto o valor fiduciário.
E
é assim que num país se continua a cavar a sepultura – não dos poderosos, mas,
exactamente, dos mais frágeis até pela doença. E aí disponibilizamos todas as
condições de supremacia ao nível de todos se empurrarem para ter um lugarzinho
da Assembleia da República, como dizia o Presidente do PSD, ou para entrar num
ministério, cuidando de fazer crer que estão na política desinteressadamente,
voluntariosos, defensores de casas mais outros bens móveis de elevados cc.
Alegando-se
filantropos ao serviço de um partido, para esfrangalhar-nos, mas mesmo assim se
mantêm unos, aglutinados para se defenderem, servirem interesses e valores
corporativos.
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