Por BARROSO da FONTE
A jornalista Sandra Felgueiras no programa «sexta às 9» da RTP,
do dia 26 de Abril, exibiu três peças jornalísticas que nem me deixaram dormir.
Na véspera estive bem atento aos discursos políticos da Assembleia da
República. Os cravos da Mesa de Honra estavam viçosos e alguns
dos «capitães de Abril», fartaram-se de bater palmas e exprimir sorrisos, talvez como reação à hipocrisia com que os representantes partidários, ali brandiram argumentos, teoricamente bem rendilhados, mas intencionalmente, quase sempre falaciosos. Em mais um ano se fez a festa sem ver ali representados os «capitães milicianos» causa primeira do golpe militar do 25 de Abril, como bem escreveram José Milhazes, João Freire e Rui Ramos (no Observador desse dia).
dos «capitães de Abril», fartaram-se de bater palmas e exprimir sorrisos, talvez como reação à hipocrisia com que os representantes partidários, ali brandiram argumentos, teoricamente bem rendilhados, mas intencionalmente, quase sempre falaciosos. Em mais um ano se fez a festa sem ver ali representados os «capitães milicianos» causa primeira do golpe militar do 25 de Abril, como bem escreveram José Milhazes, João Freire e Rui Ramos (no Observador desse dia).
As razões que me levaram,
na altura, entre protestos, a inspirar a construção do Monumento aos
Combatentes, junto ao Forte do Bom Sucesso e a criar a ANCU (Associação
Nacional dos Combatentes do Ultramar), atualmente, com sede própria em
Tondela, são as mesmas que me impelem a
reclamar que tarda dar voz, ou direito de antena, aos mais sacrificados
combatentes que entre 1961 e 1974 foram burros de carga dos profissionais da
guerra. Os milicianos e soldados em geral, além de serem o móbil do movimento
dos capitães de Abril, nunca, nestes 45 anos, tiveram acesso aos canais
televisivos, rádios e jornais para exprimirem o direito ao contraditório. Na
qualidade de um desses heróis silenciados deixo aqui o meu protesto que é extensivo
às dezenas, quiçá centenas, de ex-combatente do Ultramar.
E é também nessa qualidade que sou solidário com quantos
jornalistas ou comentadores, como os três acima referidos, que contestam o
oásis que os sucessivos governos e parlamentares exaltam, sabendo que os três
D's estão longe de serem cumpridos.
Os programas da Sandra Felgueiras, da Ana Leal, de Hernâni
Carvalho, do Eixo do Mal e dezenas de comentadores são verdadeiras setas na alma
da democracia.
Casos como o de José Sócrates, de Armando Vara, de Duarte Lima,
de Oliveira e Costa, de José Penedo, de Joe Berardo, do drama de Pedrógão
Grande, da Pedreira de Borba, das greves sistemáticas, das injustiças salariais
entre classes, da saúde pública, são fatores de descalabro político.
Veio, agora, à baila mais um caso doloroso e demonstrativo do
caos na justiça: o passado de Ivo Rosa que tem em mãos o processo mais propenso
ao Portugalgate.
Nuno Pinto Fernandes escreveu, dia 26, que Ivo Rosa terá
ordenado «apagão» num processo que investigava burla e falsificação de
advogado. Esse advogado chamou-se João Álvaro Dias. Atenção aos
desenvolvimentos sobre este episódio nada abonatório para quem é titular do
mais vergonhoso imbróglio Portugal da área da Justiça.
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