domingo, 28 de abril de 2019

Os feitiços do «advogado feiticeiro»


Por BARROSO da FONTE

A jornalista Sandra Felgueiras no programa «sexta às 9» da RTP, do dia 26 de Abril, exibiu três peças jornalísticas que nem me deixaram dormir. Na véspera estive bem atento aos discursos políticos da Assembleia da República. Os cravos da Mesa de Honra estavam viçosos e alguns

Image result for sexta às nove rtpdos «capitães de Abril», fartaram-se de bater palmas e exprimir sorrisos, talvez como reação à hipocrisia com que os representantes partidários, ali brandiram argumentos, teoricamente bem rendilhados, mas intencionalmente, quase sempre falaciosos. Em mais um ano se fez a festa sem ver ali representados os «capitães milicianos» causa primeira do golpe militar do 25 de Abril, como bem escreveram   José Milhazes, João Freire e Rui Ramos (no Observador desse dia).
As razões  que me levaram, na altura, entre protestos, a inspirar a construção do Monumento aos Combatentes, junto ao Forte do Bom Sucesso e a criar a ANCU (Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar), atualmente, com sede própria em Tondela,  são as mesmas que me impelem a reclamar que tarda dar voz, ou direito de antena, aos mais sacrificados combatentes que entre 1961 e 1974 foram burros de carga dos profissionais da guerra. Os milicianos e soldados em geral, além de serem o móbil do movimento dos capitães de Abril, nunca, nestes 45 anos, tiveram acesso aos canais televisivos, rádios e jornais para exprimirem o direito ao contraditório. Na qualidade de um desses heróis silenciados deixo aqui o meu protesto que é extensivo às dezenas, quiçá centenas, de ex-combatente do Ultramar.
E é também nessa qualidade que sou solidário com quantos jornalistas ou comentadores, como os três acima referidos, que contestam o oásis que os sucessivos governos e parlamentares exaltam, sabendo que os três D's estão longe de serem cumpridos.
Os programas da Sandra Felgueiras, da Ana Leal, de Hernâni Carvalho, do Eixo do Mal e dezenas de comentadores são verdadeiras setas na alma da democracia.
Casos como o de José Sócrates, de Armando Vara, de Duarte Lima, de Oliveira e Costa, de José Penedo, de Joe Berardo, do drama de Pedrógão Grande, da Pedreira de Borba, das greves sistemáticas, das injustiças salariais entre classes, da saúde pública, são fatores de descalabro político.
Veio, agora, à baila mais um caso doloroso e demonstrativo do caos na justiça: o passado de Ivo Rosa que tem em mãos o processo mais propenso ao Portugalgate.
Nuno Pinto Fernandes escreveu, dia 26, que Ivo Rosa terá ordenado «apagão» num processo que investigava burla e falsificação de advogado. Esse advogado chamou-se João Álvaro Dias. Atenção aos desenvolvimentos sobre este episódio nada abonatório para quem é titular do mais vergonhoso imbróglio Portugal da área da Justiça.   

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