O ano 2019 é ano de eleições, o
foguetório já se faz sentir! Temos a Eleição da Assembleia Legislativa da
Madeira, a eleição dos Deputados ao Parlamento Europeu e a Eleição da
Assembleia da República. A confiança dos portugueses nos partidos políticos tem
diminuído porque se sentem manipulados, tratados como analfabetos e ignorados.
Quem está fora do raio de influência dos partidos serve apenas para pagar a
factura dos excessos e fracassos com impostos e votos.
Portugal está saturado de gabinetes de consultoria
próximos do poder político, base ampla de apoio que importa alimentar! Empresas
Públicas, Empresas Municipais, Câmaras Municipais, Institutos Públicos,
Assembleia da República, recorrem a assessores e consultores privilegiados,
escolhidos com critérios duvidosos, que assentam no compadrio político. Esta
promiscuidade, como alguém disse, é um cancro deste país. O Estado gasta
milhões de euros em consultorias e projectos que afundam as Contas do Estado.
Despesa essencial para alimentar clientelas e actos corruptos.
O Plano Estratégico de Transportes e
Infra-Estruturas (PETI 3+), lançado por Passos Coelho até 2020, vai ser
esquecido! Dos 50 projectos previstos, apenas nove foram efectivamente
concretizados. Muitos milhões de euros pagos em honorários de Estudos e
Projectos que davam para construir várias Alas Pediátricas do Hospital de S.
João! Em ano de eleições, sem acordos de regime, António Costa apressa-se a
lançar um outro Plano até 2030, o Plano Nacional de Investimentos (PNI 2030),
ignorando o anterior! Mais milhões de euros em honorários para gabinetes onde
existe amiguismo, simpatia política e pululam Boys! Casos paradigmáticos como o
aeroporto da OTA, aeroporto de Beja, estudos e projectos do TGV para Espanha,
Porto, Vigo e tantos outros menos relevantes afundaram, sem proveito, as Contas
Públicas! Os pobres e o Serviço Nacional de Saúde pagam!
A Assembleia da República, há três
anos atrás, criou uma Comissão Eventual para Reforço da Transparência em cargos
políticos e públicos. Deram 180 dias para trabalhar nessa matéria e, decorridos
quase mil dias, não têm um diploma aprovado! Os deputados, quanto a
transparência, são como gatos escaldados: “de água fria têm medo”!
Com surpresa e espanto, li nos
jornais locais que o comboio vai chegar a Paços de Ferreira e Freamunde! Uma
ideia política “cozinhada” por autarcas socialistas que entra no PNI 2030!
Apresentação feita com retrato de “esboço” de Estudo e Traçado “fictícios”, sem
argumentação técnica, económica, social e ambiental credível! O projecto de uma
Ferrovia, por mais pequeno que seja o trecho, é complexo e tecnicamente
exigente. Os Estudos de Engenharia incluem várias fases que vão determinar a
viabilidade do projecto. Conhecendo muito bem a dimensão do concelho de Paços
de Ferreira, a natureza dos terrenos e sua geomorfologia, o problema estrutural
do minifúndio, o espaço urbano caótico e disperso, as vias de comunicação desde
o simples caminho às antigas estradas nacionais e auto-estrada, cursos de água,
condições ambientais, economia local e a sociedade pacense, não vejo qualquer
possibilidade de viabilização e nem sequer vantagem económica e social da
chegada do comboio. Antes pelo contrário, só perturbação ambiental,
conflitualidade no trânsito e guerra assanhada entre proprietários e as expropriações
e demolições inevitáveis.
Mobilidade e coesão territorial entre
freguesias fazem-se com boas estradas e ruas! Não vejo, no actual executivo,
vontade política para criar vias modernas com segurança para veículos pesados,
ligeiros, ciclistas e peões. Se é demagogia ou “política espectáculo” e gastar
dinheiro “desnecessário”, aconselho a mobilidade por DRONES!
Artur Ferreira
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