sábado, 12 de janeiro de 2019

Rui Rio antecipa-se e apresenta moção de confiança no Conselho Nacional

Era a resposta que faltava. Rui Rio convocou a imprensa para anunciar que vai apresentar uma moção de confiança no Conselho Nacional. É o contra-ataque depois do desafio lançado por Montenegro.
24 horas depois do desafio, a resposta: Rui Rio não aceita o repto para convocar eleições diretas e disputar a liderança com Luís Montenegro, nem sequer vai esperar que os seus opositores acionem os mecanismos administrativos e recolha de assinaturas para convocarem um Conselho Nacional extraordinário com moção de censura. Antecipa-se e faz o reverso: apresenta ele próprio uma moção de confiança para dar aos críticos aquilo que eles querem — uma clarificação. Quem está com Rio e quem está contra ele? Que comece a contagem de espingardas.
Na comunicação que fez esta tarde num hotel no Porto, Rui Rio começou por recordar que sempre cumpriu mandatos até ao fim e que nunca participou nem participaria em “golpes palacianos” ou tentativas de enfraquecer o líder democraticamente eleito. Com duras críticas ao desafiador, Luís Montenegro, Rio anunciou que “face à lamentável situação” que se criou, seria ele próprio a servir-se dos estatutos para virar o jogo para o seu lado: “Facilito-lhes a vida e apresento no âmbito dos estatutos uma moção de confiança”, anunciou.
Desde que o desafio foi lançado, Rui Rio não mudou a agenda que tinha prevista. Além de um encontro inesperado com Marcelo Rebelo de Sousa, que estava no Porto, o presidente do PSD reuniu este sábado, em Coimbra, o Conselho Estratégico Nacional (CEN), órgão que prepara o programa eleitoral, e limitou-se a dizer que “a seu tempo” responderia a Montenegro — “sem dramatizar”. “Já tive oportunidade de dizer ontem [sexta-feira] que não sou hipócrita e portanto não vou fazer de conta que não aconteceu nada”, tinha dito aos jornalistas ao início desta tarde. “As coisas têm o seu tempo, a sua calma, não vamos dramatizar”, sublinhou o líder social-democrata, repetindo o que dissera na véspera: “Não sou hipócrita e portanto não vou fugir a nada”.
Acontece que a reunião do CEN já foi em si mesma um primeiro sinal de fratura interna no partido. É que, apesar de as distritais não terem habitualmente assento naquele órgão, tinham sido convocadas para esta reunião preparatória da mega-convenção prevista para fevereiro. Segundo avançou o jornal Público, contudo, muitos dos dirigentes distritais faltaram à chamada, incluindo a distrital de Coimbra (liderada por Maurício Marques), onde decorreu o evento. Segundo aquele jornal, só quatro dirigentes distritais compareceram: Lisboa Oeste, Santarém, Aveiro e Faro. Foi precisamente com base num movimento desencadeado pelas distritais descontentes que se iniciou este processo de ruptura com o líder, apesar de a fação de Luís Montenegro fazer questão de sublinhar que a disponibilidade do challenger é autónoma e independente do chamado “movimento das distritais”.
Entretanto, durante a tarde deste sábado, o Observador sabe que Salvador Malheiro (vice de Rio e homem do aparelho) procurou mobilizar o partido em torno da declaração desta tarde, de Rui Rio, convocando-os a aparecer no hotel portuense onde decorreu a comunicação. “Rui Rio fala hoje ao País as 18h30 no Sheraton no Porto. Apareçam. Todos são Bem-vindos! Vamos Ganhar!”, terá escrito nos grupos privados de Whatsapp que criou para difundir a mensagem de Rio. A direção em peso esteve presente no Sheraton, no Porto, assim como vários apoiantes.

Fonte: OBSERVADOR

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