domingo, 4 de novembro de 2018

Os Nabos e as abóboras



Por: Costa Pereira Portugal, minha terra


 (Druidas=sacerdotes celtas).
Da enciclopédia livre Wikipédia.
Não há fumo sem fogo, nem palavra sem articulação linguística, diz o nosso povo. Mas a verdade é que também muito do fumo e do fogo, assim como daquilo que se diz nem sempre corresponde à verdade dos factos, nem da verdade se aproxima. O caso do Dia das Bruxas que se diz ser tradição vinda dos Estado Unidos, quando a sua origem remonta ao tempo dos celtas, e tinha por objetivo festejar o fim dum ciclo astral que os celtas festejavam. Este povo que habitava na zona da Bretanha adorava a natureza e os deuses que a controlavam. O fim das colheitas era celebrado no primeiro dia de Novembro. Era uma festa que marcava o fim desta estação cheia de sol e calor, e o início da nova fase do ano, marcada pela escuridão e pelo frio. Quando os romanos invadiram a região passaram a existir duas celebrações na mesma ocasião: para além do  Samhain dos celtas, também os festejos em honra de Pomona, deusa da abundancia e dos pomares, entrou na dança. Sempre moderadora, a Igreja, após a evangelização cristã, sem desfazer o vínculo cultural e civilizador consagrou o dia 1 de Novembro, como Dia de Todos-os-Santos. E assim se tem mantido, sem carecer de bruxas para antecipadamente o anunciar. Já quanto ao bolinho a história tem a ver também com uma tradição celta, que consistia em se vestirem de branco e com a cara tapada, de forma a espantar os espíritos malignos que segundo as crenças populares, rondavam a terra antes do Dia de Todos-os-Santos.
Também aqui a Igreja Católica acabou por adaptar a tradição, criando o souling, que é visto como origem da “ doçura e travessura”. Na véspera do Dia de Todos-os-Santos, as crianças batiam de porta em porta a pedir os chamados soul cakes (bolinhos das almas), em troca de orações pelos seus amigos e familiares. Já curiosa é a história da assustadora abóbora, que dizem ter origem num conto de Jack O’Lanter. No qual descreve um personagem que fez um pacto com Diabo, onde este lhe prometeu que não o queria no inferno. Assim foi, só que depois de morrer também não teve acolhimento no Céu, pois se negou a merece-lo. Foi então que o Diabo lhe deu uma lanterna feita com um nabo e Jack continua, ainda hoje, a vaguear entre o bem e mal, apenas com a luz desta lanterna. Também da tradição celta. Americana, sim, são as aboboras, porque quando os imigrantes irlandeses chegaram aos EUA, ao não encontrar nabos suficientes para fazer as lanternas todas, da véspera do Dia de Todos-os-Santos, tiveram por isso que se socorrer doutra alternativa: as abóboras. Esta sim, é uma tradição que, alterada, regressou ao Velho Continente. O dia a seguir, dia 2, é consagrado aos que já partiram, e é designado por Dia de Finados, em homenagem a todos aqueles que já nos deixaram e esperam por nós. Festa cristã e na qual a Igreja concede indulgências plenárias aos fieis que nestes dias visitem os cemitérios e rezem o determinado para as merecer. Na Bajouca a visita ao cemitério é no domingo, dia 4, como na véspera, lá estarei também no fim da missa dominical.

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