(Druidas=sacerdotes celtas). Da enciclopédia livre Wikipédia. |
Não há fumo sem fogo, nem
palavra sem articulação linguística, diz o nosso povo. Mas a verdade é que
também muito do fumo e do fogo, assim como daquilo que se diz nem sempre
corresponde à verdade dos factos, nem da verdade se aproxima. O caso do Dia das
Bruxas que se diz ser tradição vinda dos Estado Unidos, quando a sua origem
remonta ao tempo dos celtas, e tinha por objetivo festejar o fim dum ciclo
astral que os celtas festejavam. Este povo que habitava na zona da Bretanha
adorava a natureza e os deuses que a controlavam. O fim das colheitas era
celebrado no primeiro dia de Novembro. Era uma festa que marcava o fim desta
estação cheia de sol e calor, e o início da nova fase do ano, marcada pela
escuridão e pelo frio. Quando os romanos invadiram a região passaram a existir
duas celebrações na mesma ocasião: para além do Samhain dos celtas, também
os festejos em honra de Pomona, deusa da abundancia e dos pomares, entrou na
dança. Sempre moderadora, a Igreja, após a evangelização cristã, sem desfazer o
vínculo cultural e civilizador consagrou o dia 1 de Novembro, como Dia de
Todos-os-Santos. E assim se tem mantido, sem carecer de bruxas para
antecipadamente o anunciar. Já quanto ao bolinho a história tem a ver também
com uma tradição celta, que consistia em se vestirem de branco e com a cara
tapada, de forma a espantar os espíritos malignos que segundo as crenças
populares, rondavam a terra antes do Dia
de Todos-os-Santos.
Também aqui a Igreja
Católica acabou por adaptar a tradição, criando o souling, que é visto como
origem da “ doçura e travessura”. Na véspera do Dia de Todos-os-Santos, as
crianças batiam de porta em porta a pedir os chamados soul cakes (bolinhos das almas), em troca de orações pelos seus
amigos e familiares. Já curiosa é a história da assustadora abóbora, que dizem
ter origem num conto de Jack O’Lanter. No qual descreve um personagem que fez
um pacto com Diabo, onde este lhe prometeu que não o queria no inferno. Assim
foi, só que depois de morrer também não teve acolhimento no Céu, pois se negou
a merece-lo. Foi então que o Diabo lhe deu uma lanterna feita com um nabo e
Jack continua, ainda hoje, a vaguear entre o bem e mal, apenas com a luz desta
lanterna. Também da tradição celta. Americana, sim, são as aboboras, porque
quando os imigrantes irlandeses chegaram aos EUA, ao não encontrar nabos
suficientes para fazer as lanternas todas, da véspera do Dia de
Todos-os-Santos, tiveram por isso que se socorrer doutra alternativa: as
abóboras. Esta sim, é uma tradição que, alterada, regressou ao Velho
Continente. O dia a seguir, dia 2, é consagrado aos que já partiram, e é
designado por Dia de Finados, em homenagem a todos aqueles que já nos deixaram
e esperam por nós. Festa cristã e na qual a Igreja concede indulgências
plenárias aos fieis que nestes dias visitem os cemitérios e rezem o determinado
para as merecer. Na Bajouca a visita ao cemitério é no domingo, dia 4, como na
véspera, lá estarei também no fim da missa dominical.
Sem comentários:
Enviar um comentário