terça-feira, 31 de julho de 2018

Encarrapitada entre montes e ribeiras

(Foto recente do meu conterrâneo Joaquim Costa)


Por: Costa Pereira Portugal, minha terra
                              Falar disto e daquilo

(Abade de Miragaia)
Já a 2/8/15 em post que publiquei fazia alusão à confrontação dos limites entre Vilar de Ferreiros e Mondim de Basto, assim: “Encarrapitada desde as cimalhas dos montes de Ventozelos e da Tontuça, aqui a confrontar com Bilhó; e do Toumilo ao Fragão de São Paulo, com Ermelo; e dali, pela Bouça da Isabel ao Coto de Campos, a freguesia de Vilar de Ferreiros, continua dali, pelo centro da aldeia de Campos, em ascensão até à Capela do Fundo, a dividir com Mondim, onde perto, uma cruz em tau, assinala o fato; e dali até ao cimo do Monte Farinha (Nossa Senhora da Graça), a divisão é com Atei, pela cruz existente do 2º adro, continuando até perto da Pedra que Fala, e depois com Cerva até ao Alto de Ventozelos. Mas é da Senhora da Graça que se fala aqui. Local de impressionante beleza que mereceu de Torga este honroso comentário: “Empoleirado neste miradoiro, solto os olhos por metade de Portugal. Montes, rios e vales edénicos, genesíacos, como que acabados de sair das mãos do Criador. A natureza na sua primitiva decência, desabitada, limpa de toda a mácula humana. Nem sequer tocada pelo pasmo de quem a contempla”. Percebe-se que foi anos antes das “pedreiras” terem ganho aqui o estatuto demolidor da paisagem e do património granítico de toda a “montanha sagrada” que o autor de Bichos fez tal apreciação. Desta “montanha sagrada” ou “pirâmede verde”, a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira faz saber que os cumes desta pequena serra estão coroados com “largos cordões de pedra em montão, ruínas de muros antiquíssimos, que a tradição local diz serem obras de mouros”.
Quem bebeu em boa fonte foi o Padre Augusto Ferreira, mais conhecido por Abade de Miragaia, que além do mais foi responsável pelos três últimos volumes do dicionário Portugal Antigo e Moderno, de Pinho Leal. Nasceu, em Corvaceira, freguesia de Penajóia, a 14 de Novembro de 1833, e faleceu no Porto, a 17 de Junho de 1913. Uma figura a não esquecer pois muito escreveu sobre terras do nosso concelho. E sobre NS da Graça também ao tratar de Vilar de Ferreiros.

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Acaba de sair a público o nº 80 da revista Tellus (Vila Real), revista de cultura transmontana e duriense.