JORGE LAGE |
O nosso Município mudou de Equipa
autárquica nas eleições locais. No Portugal rural muitos recebem mal algumas
críticas e sugestões. Há mais de década e meia, durante a apresentação dum
livro meu na «Feira da Castanha, de Carrazedo Montenegro», o então Presidente
de Valpaços, Francisco Tavares, ao apresentar-me à assistência, disse que eu
era «um trasmontano inconfundível». Classificava, assim, as críticas que eu fiz
ao «intocável» Primeiro-Ministro, Cavaco Silva e aos municípios, quando
oportunas. O Governo de Cavaco tinha mandado carregar a GNR sobre os
agricultores que se opunham à plantação de eucaliptos em terras de castanheiros
e nogueiras. Claro que em circunstância alguma, perante isto, Cavaco teve um
voto meu. Também, na apresentação do meu livro, «Mirandela Outros Falares», no
Museu da Oliveira e do Azeite, o ex-Presidente, António Branco, aludiu a
críticas que fiz à sua gestão autárquica. Recentemente, sobre a limpeza dos
matos e árvores junto às habitações e povoados, fui duro com o actual Primeiro-Ministro.
E não era para menos. Só se deve falar do que se sabe. Continua a ser triste
ouvir os governantes dizerem o que não devem e sem bom senso. Neste saco entra
muita ignorância de alguns GIPSE/GNR, Bombeiros, ICNF e, até, da comunicação
social, como se deve fazer a redução dos matos e árvores junto às casas e
povoados. Claro que dói a quem, como eu, voluntariamente, serviu mais de vinte
anos (com muitos milhares de horas) a nobre causa pública da Floresta e da
Biodiversidade. Todos opinam e asneiram e quem devia falar e aconselhar são os
Municípios através dos Técnicos dos Gabinetes Técnicos Florestais. Assim, não
podia calar a voz da consciência cívica. Quando manifesto a minha discordância,
apenas quero que os actores façam melhor. Só para dizer bem e bater palmas
ninguém conte comigo. As discordâncias pouco representam, porque o geral é os
que nos governam fazerem o que devem.
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