Ode
a uma árvore
Árvore, minha irmã na
natureza,
De ti recebo seiva,
sombra e frutos.
E foi contigo que
aprendi, também,
A amar a tua generosidade
e beleza,
Com a ajuda do saber da
minha mãe.
Quando os meus olhos castanhos,
Se deleitavam a
contemplar
Os teus braços fortes e delicados,
A dançarem com o vento
norte.
Quando acolhiam as avezinhas,
No jardim, na floresta ou
no deserto,
Para construírem seus
ninhos,
Virados para o céu aberto.
E foi com o dançar dos teus
ramos,
E o som harmonioso da sua
folhagem,
Nas calmas manhãs de
Primavera,
Que uma constante e suave
aragem
As fazia balançar, qual quimera,
Que eu imaginei cantares Gregorianos,
Numa catedral com mais de
mil anos.
E também foste tu, querida
árvore,
Que me ensinaste a
crescer.
Quando convivíamos lado a
lado,
E eras tão frágil quanto
era eu,
Também há pouco tempo nado,
Que se uma delicada
borboleta
Pousasse em ti não a podias
suportar,
Nos teus bracinhos
virados para o céu,
À espera da chuva e da luz
solar.
Até que te tornaste um
gigante,
De tronco forte e braços enormes,
Capaz de enfrentar a todos
os momentos,
A incúria do homem e a
fúria dos elementos.
Por isso, quero crer que
vais morrer de pé,
Mas se tal não acontecer,
podes acreditar,
Que eu, abraçado ati, de
certeza vou chorar.
In
Livro
“O Clamor dos Campos” - Colibri Edições
(Poema alterado)
João de Deus Rodrigues
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