JORGE LAGE |
Apesar do actual Ministério da
Instrução gostar mais de divulgar informação genérica ou que não serie, fazer o
ranking das escolas em várias vertentes é a forma mais palpável de podermos ver
onde o dinheiro dos nossos impostos é melhor aplicado. Como cidadãos, devemos
questionar os políticos por quererem tudo por atacado, como se no mundo
empresarial privado valesse a mediocridade ou idiotice dum cartão partidário.
Segundo a minha fonte de consulta, o jornal Sol, o abandono escolar dos alunos
do ensino profissional aumentou cerca de 20%. Não admira, porque o ensino
profissional é com demagogia e sem grande preocupação por um ensino que
privilegie as vertentes: prática e teórico-prática. Faz-se uma concorrência
feroz às poucas escolas profissionais bem equipadas para aulas práticas,
aliciando-os para um ensino mais frágil. Por exemplo, na «Escola Profissional
Agrícola de Carvalhais», tentaram esvaziá-la para oportunistas deitarem a mão
às infra-estruturas e terrenos. Valeu-lhe o seu actual Presidente, Prof.
Taveira Pereira, e o ex-Ministro da Educação, Nuno Crato, bem como o
ex-Presidente do Município, António Branco. Espera-se da Presidente de
Mirandela, Júlia Rodrigues, e do Presidente da Junta de Carvalhais, Nélson
Teixeira, uma atitude firme de apoio e defesa desta Escola. A única em todo o
Trás-os-Montes. Voltando ao ranking das escolas, apesar de a nossa região ter
imensos docentes mestres e doutores, a formação parece não beneficiar os
alunos. Nas dez escolas em que os alunos menos desistem, com médias altas ou
com maior sucesso não temos uma sequer, nos dois distritos da região. Temos,
isso sim, nas dez escolas em que os alunos mais desistem (Esc. Bás. e Sec. de
V. P. de Aguiar) e com menor sucesso (Esc. Bás. de P. da Régua e Colégio da
Torre Dona Chama). A percentagem dos Alunos que concluíram o ensino
profissional em 2015/16 foi de 53% no distrito de Vila Real e 40% no de
Bragança. As médias mais baixas, no 3.º ciclo, registaram-se nos concelhos de
Mesão Frio, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada-à-Cinta, Vimioso, Alfândega
da Fé e Mirandela. E com médias mais baixas no Secundário temos: Montalegre,
Mondim de Basto, Mesão Frio, P. da Régua, Sabrosa, Carrazeda, Mogadouro,
Miranda, Vinhais, Alfândega e Mirandela. Mirandela merece uma reflexão em que o
Município deve intervir. O ensino de sucesso alicerça-se no pré-escolar e no
1.º ciclo. O meu neto, que fez agora três anos e anda numa «escolinha privada»
já disserta sobre «floresta marinha» ou gama de automóveis. Disse à educadora
que o seat está mais próximo do dácia do que do porches, mercedes, audi ou
ferrari.
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