domingo, 3 de dezembro de 2017

Assassinos da lua das flores - a matança dos índios osage e o nascimento do FBI

Membros da nação indígena osage em Washington durante visita ao Capitólio em 1925 para expor as condições das nações indígenas em Oklahoma


Ao contrário do que se possa pensar, no primeiro quartel do século passado (1920), a população mais rica per capita do mundo, era a dos índios Osage, do Oklahoma  , nos Estados Unidos da América. Superava em muito os mais ricos de Paris ou de Nova Iorque. Tudo por obra do acaso, e por inteligência negocial do seu chefe, James Bigheart (que falava sete línguas, entre as quais o Latim), ajudado pelo advogado osage, Palmer.

A sua riqueza provinha da descoberta de uma imensa jazida de petróleo na terra (rochosa e sem aparente riqueza) que lhes fora designada, depois de serem deslocados do seu território de origem (vasto e rico por ser constituído por vastas planícies). O facto, permitiu, aos cerca de 3000 osages, receber uma percentagem dos lucros das companhias petrolíferas, transformando-os nos mais ricos do mundo: andavam de cadilac com motorista próprio, tinham criados brancos, viviam em mansões e mandavam os filhos estudar para a Europa. Todo este género de vida que em nada se relacionava com os estereótipos nativos americanos foi noticiado com brado na imprensa americana.
Inesperadamente, os osage começaram a ser assassinados, entre eles as irmãs de Mollie que sobreviveu. Grande parte dos que tentaram investigar os factos tiveram o mesmo destino - um advogado foi mesmo atirado de um comboio em andamento.
William Frederick Cody
(Buffalo Bill)
Este caso foi um dos primeiros a ser investigado pelo então recém-fundado FBI. Ele próprio (e a Casa Branca) envolvido nas manobras do dinheiro.
A trama escrita por David Grann, é um facto real que gira em torno de uma família osage, a de Mollie Burkhart, casada com um branco que a amava, e que, em 1921, residia em Gray Horse, cidade da reserva osage no Oklahoma. Grann consultou fontes inéditas, acompanhando-as com imagens (documentos autênticos!) que nos transportam para os tempos de Buffalo Bill, e no fim da terceira crónica apresenta os criminosos.
Actualizado a 4 de Dezembro XVII

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