quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Uma “divindade” delinquente


Com uma população estimada em 25 milhões de pessoas, a Coreia do Norte é um país devastado pela pobreza. Governada por uma monarquia comunista (coisa nunca vista em mais nenhum país ideologicamente semelhante) falida e moralmente corrupta, tem sido apoiada pela China porque, em caso de crise, se veria a braços com milhões de refugiados para lá do rio Yalu. Por outro lado, os EUA mantêm o apoio à Coreia do Sul, aí mantendo mais de 30 mil soldados, com receio de que uma retirada encorajaria as maluqueiras de Kim Jong-un, futuro residente de algum Conde Ferreira ou Júlio de Matos!
É óbvio que à China, no momento actual, não interessa apoiar aquele maluco do Kim, mas também lhe não convém uma Coreia unida, com bases americanas junto da sua fronteira.
Um conflito com a Coreia do Norte afectaria todos os vizinhos do Leste asiático, e a China seria a mais prejudicada.
A forma como o puto Kim, e o seu falecido pai se apresentam à sua população, há 60 anos sob a maior repressão de que há memória, é uma farsa. O puto apresenta o país como um estado forte e magnifico, lutando contra um conjunto de malvados. Na realidade é um estado fraco, porque corrupto e pobre. Totalitário como nenhum outro, ironicamente auto designa-se República Popular Democrática da Coreia! É preciso ter lata! Nem é democrático, nem é uma república, nem é governado para bem do povo. É uma dinastia partilhada por uma família e por um partido (comunista); uma ditadura com prisões arbitrárias, tortura, julgamentos populares, censura, campos de detenção (como o antigo Gulag soviético e os campos do deserto de Gobi chineses), uma população reprimida, com medo, e um conjunto de horrores sem paralelo. Raros testemunhos e imagens de satélite confirmam centenas de milhar de cidadãos presos em gigantescos campos de trabalho e reeducação.
Membros da elite coreana são vitimas de purgas e executados com canhões antiaéreos ou atirados a matilhas de cães esfomeados.
A origem mitológica da Coreia pode muito bem explicar, em parte, o que leva um estado comunista a ter uma liderança transmitida dentro de uma família, à qual é atribuído estatuto divino.
Na lenda da Criação narra-se que o Senhor dos Céus mandou o seu filho, Hwanung, à terra, onde casou com uma mulher que, anteriormente era um urso, gerando um filho, Dangun, construtor dessa nação.
Ora Kim Jong – il era descrito pela máquina de propaganda de Pyongyang como “Querido Líder, a encarnação perfeita da aparência que um líder deve ter”, “Líder mundial do século XXI”, e “Grande Homem que desceu dos Céus”. Ou ainda “Coração Eterno de Amor Ardente”, como é descrito por Tim Marshall. Todas as manifestações públicas são encenadas.
Por outro lado, a história recente e a de um certo passado longínquo, ajuda a esclarecer o comportamento deste louco perigoso.

(CLIQUE)
Situada entre dois gigantes, a China e o Japão, durante séculos foi alvo de ocupação e saque, ou apenas ponte de passagem para outros territórios. Tanto Mongóis como a dinastia Ming chinesa, Manchus e Japoneses, chegaram e partiram por diversas vezes.
Esses factos levaram-na a isolar-se do mundo. Contudo, em 1910, os japoneses voltaram. Anexaram-na. Destruíram a sua cultura; a língua e a História foram banidas, tornando-se o culto religioso obrigatório nos santuários xintoístas.
Ainda hoje essas questões afectam o relacionamento coreano e japonês.
A derrota do japão em 1945 deixou a Coreia dividida pelo paralelo 38. Uma divisão infeliz, cuja decisão não teve a presença de coreanos e peritos. Tanto mais que essa linha fora discutida meio século antes pelos soviéticos (1904-5).
Em 1948 os soviéticos retiraram as suas tropas do Norte e os americanos do Sul em 1949. Em Junho de 1950 os norte-coreanos invadiram o Sul para reunificarem a Coreia sob o governo comunista.
Se a Coreia não era estrategicamente vital para os EUA, estes não podiam moralmente abandonar um aliado. Em Setembro de 1950, os EUA, liderando uma força das Nações Unidas, empurraram os norte-coreanos quase até ao Rio Yalu, na fronteira chinesa. A China actuou. Uma coisa era ter as forças americanas na península, outra era tê-las juntas ao seu território. Houve uma guerra feroz como nos diz John Andrews, e os chineses apenas se detiveram junto da actual linha divisória do paralelo 38.
Um conflito armado actualmente, seria fatal para todos, apesar de os norte-coreanos possuírem um exército considerável.
Neste escrito não se farão referências aos dois exércitos, à questão japonesa, ao tratado de 1945, às imposições americanas, aos interesses soviéticos e chineses, em termos estratégicos e matérias primas, etc. De uma coisa estamos certos, um conflito actual recorreria à energia nuclear, e isso provocaria estragos planetários. Talvez originasse o desaparecimento da espécie humana, provocando uma regeneração inicial do planeta. Milhões de anos depois do conflito surgiria uma espécie mais evoluída (ou de igual calibre) que o homo sapiens? Não o sabemos. Talvez a melhor solução (por muito que nos custe em termos de dimensão humana) com o consentimento dos sábios, seja limparem o sebo a essa “divindade” delinquente. 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Eliminação da violência contra as Mulheres

 O 25 de Novembro também é isto: