quarta-feira, 2 de agosto de 2017

O passa-culpas é uma das piores caraterísticas da governação


BARROSO da FONTE
Quem o disse foi António Barreto, quem o pratica é o governo que perdeu as eleições. E quem goza com esta situação, consentindo-o, descaradamente, são os pequenos partidos da geringonça que, para chegarem ao poder, dobraram a espinha e a espinhela, seduzidos pelo bruxo-mor que nessa jogada luxuriante, passou de besta a bestial.
Com essa jogada titubeante, a política portuguesa entrou num redemoinho fantasmagórico. O derrotado virou herói, o herói, virou derrotado, a coerência antagonizou-se e o que hoje é verdade, amanhã já é mentira. Sem tirar nem por. Branco é, galinha o põe.
A política passou, numa espécie da noite de bruxas, de  ideal democrático para exercer a justiça, a ordem, a paz, a uma oportunidade quixotesca de assaltar o poder.
O ano de 2015 ficará na história, como a armadilha pirotécnica, capaz de inverter tudo e todos, em tempo recorde e com total desfaçatez pela ética, pelos valores morais, pela justiça, pela ordem e pelo primado da vida humana.
Os fenómenos cósmicos de Pedrogão Grande nunca se tinham, sequer, imaginado. As trovoadas secas eram suposições cavernosas, nunca vistas e por isso, inimagináveis, num verão em que o derrotado feito herói, para mais ateu declarado, foi bafejado pelo chifrudo, Belzebu. Nada de anormal para quem foi herói à força da geringonça que desta forma virou tudo do avesso.
A norma diluiu-se com o calor da fibra do SIRESP, porque em vez de seguir a sua marcha subterrânea, por mais fácil e muito mais lucrativa, falhou rotundamente a sua missão. Afinal, 44 ou 45 cadáveres (para o chifrudo) tanto importa. Outros incêndios se seguiram, com tudo o que acontecera, como se nada tivesse acontecido. Alijó, Mangualde, Viana do Castelo e outras florestas, empobreceram o país, causaram vítimas às dúzias, prejuízos aos milhões. Mas não rolaram cabeças porque, a ministra até chorou no ombro dos enlutados. O ministro, nem fez nem desfez, porque a política não pode responsabilizar fenómenos anormais. Nem roubos escandalosos. É mais fácil gastar 700 milhões em armas do que apressar a situação das vítimas de Pedrogão Grande que perderam vidas inocentes, viram os seus haveres reduzidos a cinzas...  e o capataz desta geringonça, estribado no silêncio da rapaziada que não quer fazer ondas, para manter os apoios do poder que nada custou a ganhar, arrasta-se na lama dos caminhos como se nada fosse com eles.
 Perante esta lassidão, António Barreto diz que «António Costa não foi carne, nem foi peixe». Para ele e para os seus ministros, assessores e diretores gerais «qualquer problema grave e sério é culpa do governo anterior. Isto é uma mediocridade política, de uma falta de honradez, de honestidade e de uma covardia chocante».
Mas com esta serenidade, esta calmaria, esta lassidão da irreconhecível juventude da esquerda, o primeiro ministro irrita-se com a Atice porque não gosta dos emigrantes que a gerem. Maltrata os investidores, talvez porque um deles é de Vieira do Minho e fala um português afrancesado. Mas pragueja e manda praguejar a sua gente, contra um candidato à Câmara de Loures por este dizer verdades como punhos. Avisa ele que se ganhar a Câmara vai acabar com subsídios a ciganos e outros que por ali moram e vivem com vida faustosa, ao lado de outros que trabalham honestamente, não roubam, não passam drogas, não se metem com a vizinhança e auferem salários inferiores.
Toda a esquerda, em uníssono, diabolizou o candidato que teve a coragem de anunciar que vai manter a sua opção. Não é hipócrita, diz aquilo que se passa na sociedade portuguesa, sejam em relação aos ciganos, seja em relação a quantos agem como eles.
 É público e notório que uma grande parte, sobretudo desse tipo de gente, tem vivido em Portugal de maneira encoberta, sombria e nada transparente. Chega a constituir um paradoxo indecifrável aquilo que os sucessivos governos fazem: os marginais, através de esquemas excêntricos, vivem melhor no desemprego do que muitos que trabalham honestamente, trabalhando e cumprindo as regras cívicas. Aqueles não trabalham, não cumprem a normalidade, fomentam vícios e desordens. Uns auferem os subsídios sociais, sob a capa de cursos de formação que ninguém controla, nem conhece. Outros têm casas de renda social que não merecem e as mordomias municipais relacionadas com esse estatuto. Os governos sabem que assim é. Mas viram a cara para o lado. Comprometem as polícias que tem de apagar os incêndios que os políticos geram. Depois de serem esses agentes da autoridade a impor a ordem, mesmo que haja algum exagero, são os políticos que vêm acalmar os desordeiros, responsabilizando quem deu o corpo às balas. Anda tudo invertido com esta classe, sem eira, nem beira, que não quer trabalhar, não quer aprender, não sabe viver em sociedade. Cria as desordens, gera a perturbação, amedronta constantemente a vizinhança, não declara os seus rendimentos e, na hora de averiguar os desacatos, em catadupa, caluniam, ameaçam e reclamam inocência.


Quem não atura este primeiro ministro é o seu camarada Henrique Neto que acaba da anunciar a sua desfiliação do PS, afirmando: «António Costa tem a maior carga de responsabilidade pelo que fez e pelo que não fez. É para mim óbvio que só me resta a decisão de me demitir de militante do Partido Socialista".

                                                                   

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