quarta-feira, 21 de junho de 2017

 O Rio Tua


 O Rio Tua

Provindo da Galiza, o rio Tua,
Saltitando e cantando alegremente
Por entre montes, corre diligente
Até ao Douro, onde desagua.

O trem, franzino, como coisa sua,
Gritava-lhe ao passar, cheio de gente,
E o contemplava em baixo, na corrente.
Hoje apenas o vento se insinua.

Tudo na vida, todos nós sabemos,
Se tiver um princípio, tem um fim,
Só permanece o ser, que é imutável.


Uma seita imbecil, filha de demos,
Descendência provável de Caím,
Lançou fora o brinquedo, imperturbável.
Cláudio Carneiro, in «O Despertar da Alma Portuguesa in sonetos»,  Abril 2017.

Enviado por Jorge Lagejorgelage@portugalmail.com – 21MAI2017


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