JORGE LAGE |
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Roubos de produtos agrícolas e apícolas – Hoje encontrar quem queira trabalhar
um dia sequer quase não se encontra. Algumas pessoas da rédea larga que até tem
terras e podiam colher os mimos da horta já não o fazem. Está a tornar-se
prática vigiar quem tem a sua horta ou campo semeado e quando se retiram, os
amigos do alheio, em horas mortas ou pela calada da noute, assaltam, escocham,
cortam e arrancam. Mas, o que é mais escandaloso, não se contentam em colher
para eles, roubam para presentear amigas ou amigos e, sobretudo, para vender.
Quem vende azeitona e não tem oliveiras é certo que é roubada. Quem vende
tomates ou grelos sem os cultivar é porque os foi roubar. Com uma boneca ou
outra da política a incentivar para que se roubem as poupanças, é mais fácil
perder a vergonha. Isto vai chegar longe. Essa gente amiga do alheio e que está
na política não fala em trabalhar mas em roubar, a quem poupa uns tostões ao
longo da vida. Um dia um proprietário enche-se e defende o que é seu. Depois
chamam-lhe criminoso. Haverá maiores criminosos do que quem aveluda as leis
para proteger os criminosos de colarinho branco? Muitos que estão nas cadeias
deviam ser reconhecidos por defenderem o que é seu. Criminosos poderão ser
alguns dos que tecem as teias da lei, com malha larga para quem é rico ou
poderoso. Em meu pouco entender, os criminosos deviam ser privados,
temporariamente, das pensões que todos nós lhe pagamos. Ir para o «hotel
recluso» uns dias, com cama e mesa, até pode dar para afinarem o expediente ou
«tirarem um curso» mais sofisticado.
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