Maria
de Lurdes Rodrigues, condenada por um colectivo de juízes, posteriormente
absolvida por uma delegada do Partido Socialista (como vinha na imprensa), e
condecorada pelo anterior presidente da republica (por critérios políticos!),
com uma mãozinha de certo sociólogo, transformou, desde 2005, a escola do
Estado (“escola pública” como dizem as esquerdas), num antro de corrupção,
compadrio cacique e de clientelas. Nos lugares de direcção colocou indivíduos
de certa seita que lhe satisfizeram as vontades e os desmandos, próprios de um
escrito de Varlam ou Soljenitsin.
É
esta a conclusão que se retira da leitura do livro de Paulo Guinote.
O
autor doutorado em História da Educação,
procura narrar cronologicamente, os acontecimentos e as razões que sustentaram a
enorme manifestação de professores em oito de Março de 2008.
Com
este objectivo em mente, Guinote estruturou com pertinácia, um livro que é já
hoje, um documento histórico daquele período. Como fontes, o autor utiliza os
vários escritos na imprensa escrita, extractos de programas televisivos,
artigos de blogues (em quantidade) e, sobretudo, testemunhos de docentes que à
época se manifestaram.
Num
próximo volume, o autor estará em condições de sistematizar o tipo de
patifarias praticadas naquele período, e o tipo de docentes prejudicados por
uma “governação” estalinista até ao tutano, ignara sobre o respeito pelos
princípios universais, fundamentais para o equilíbrio das sociedades humanas.
Não
foi apenas a bancarrota económica que nos trouxe até aqui, foi também o assédio
laboral (e moral) alicerçado nessas politicas escabrosas que nos atirou para o
abismo. Já alguém fez contas deste prejuízo? Qual foi o prejuízo do País,
sustentado no prejuízo individual? No prejuízo de talentos, de esforços?
Ninguém sabe. Mas foram muitos. Por essa razão continuamos como em 2011!
Maria
de Lurdes Rodrigues, com a sua governação estalinista, criou uma política de
nepotismo nas escolas, retirando bonificações (adquiridas com mérito) a certos
professores, para assim favorecer outros (os amigos do sistema de então).
Reduziu o historial profissional a sete anos, para poder criar o cargo de
“titular”, que entregou aos amigos. Perseguiu com leis estapafúrdias
professores com as mais elevadas qualificações e permitiu o folguedo da “Parque
Escolar”.
Este
volume, apesar de tudo, aborda algumas destas questões, mas sem a profundidade
que merecem.
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