Corrigindo os erros de Gramática e ensaiando a tabuada! |
Como
dizia Jerónimo de Sousa, se o PCP tivesse umas candidatas “mais engraçadinhas”
teria tido mais votos.
Depois
pediu desculpa por este aparte, mas não sei porquê.
Estava
cheio de razão.
De
facto, o que pode explicar o salto enorme dado pelo Bloco de Esquerda nas
eleições de 2015, em que o número de deputados cresceu quase 140%?
Estando
praticamente morto em consequência das divisões internas que levaram à saída de
Rui Tavares, Ana Drago, Daniel Oliveira, Joana Amaral Dias, etc., o BE
ressuscitou, ultrapassou o PCP e atingiu os 10,2% de votos.
Porquê?
Por
ter mudado de ideias?
Não.
Por
causa das tais candidatas ‘engraçadinhas’ que pôs na linha da frente.
E
atenção: isso não foi obra do acaso.
Catarina
Martins já esclareceu que se tratou de uma decisão pensada e consciente - a
qual, aliás, se estendeu às autarquias.
Este
expediente político constituiu, porém, um enorme embuste.
Durante
o tempo em que Daniel Oliveira, Luís Fazenda, Rui Tavares ou mesmo João Semedo
falavam em nome do BE, havia uma coerência entre a imagem e o conteúdo das
propostas: todos pareciam saídos da revolução bolchevique e portanto não
enganavam ninguém.
Com
Catarina Martins, Mariana Mortágua e Marisa Matias deixou de ser assim.
Catarina
moderou a agressividade, Mortágua fala com doçura, Marisa parece sussurrar as
palavras.
As
pessoas foram levadas a pensar que este BE era outro, que deixara de ser
radical e abandonara o extremismo do passado.
Mas
o BE continuou a ser exatamente o mesmo.
A
proposta de se poder mudar de sexo aos 16 anos, sem parecer médico e mesmo
contra a vontade dos pais, mostra a sua verdadeira face.
Aos
16 anos não se pode conduzir um carro e pode tomar-se uma decisão tão extrema
como mudar de sexo? Sem parecer médico? Sem acordo dos pais?
A
mudança de sexo é um ato brutal, violentíssimo, com consequências psicológicas
devastadoras.
E
que frequentemente se revela uma ilusão: pessoas que não se sentem bem na sua
pele, e atribuem isso a um ‘erro da natureza’, verificam depois de mudar de
sexo que os problemas continuam e até se agravam.
Assim,
uma decisão dessas nunca poderá ser tomada na adolescência - ou seja, numa
época da vida cheia de dúvidas e perplexidades, em que o indivíduo está ainda à
procura de um caminho e de uma identidade.
Um
partido que propõe uma medida destas está preparado para propor muitas outras
aberrações.
Os
comunistas achavam, por exemplo, que os filhos deveriam ser retirados aos pais
e entregues ao Estado, pois os pais não tinham capacidade para os educar nos
‘sãos princípios’ da nova sociedade sem classes.
Para
construírem o ‘homem novo’, os comunistas precisavam de reduzir a escombros a
família, as tradições, os costumes, a religião, etc., pois só depois disso
poderiam começar a erigir algo de diferente.
O
BE partilha da mesma ideia.
A
legalização do aborto, a liberalização das drogas, a autorização da eutanásia,
a banalização da mudança de sexo, etc., visam cortar todas as amarras, todas as
regras, todos os preconceitos, todas as crenças, todos os valores da sociedade
tradicional, rompendo com o passado.
E
o ataque à economia de mercado e à religião, sobretudo à Igreja Católica, na
linha do comunismo tradicional, completam o puzzle.
Por
trás dos rostos angelicais de Catarina Martins, Mariana Mortágua e Marisa
Matias, esconde-se um modelo de sociedade abominável.
O
BE promete aos indivíduos que serão mais livres, porque poderão fazer tudo o
que quiserem: desde abortar a mudar de sexo antes da idade adulta.
Só
que, por outro lado, o BE defende uma sociedade concentracionária, onde o
indivíduo perde toda a liberdade e o único poder é o Estado.
O
BE quer uma banca nacionalizada, quer uma escola exclusivamente pública, quer
uma rede de saúde também unicamente pública, quer que o Estado seja o principal
investidor.
É
certo que o BE não diz que quer abolir a economia privada, mas também não
precisa: quando os privados se sentirem indesejados, desaparecem.
O
poder público será o único a sobreviver.
O
BE vende a ideia de que quer cidadãos mais livres, Catarina Martins e Mariana
Mortágua vestem-se de cordeiros, mas é tudo um disfarce, uma mentira.
O
modelo do Bloco resume-se a uma frase: tudo no Estado, nada fora do Estado; ora
esta fórmula já produziu noutras épocas e noutras paragens milhões de vítimas.
Sob
uma aparência nova, o BE tem uma agenda velha de 100 anos.
O
Estado é dono de tudo, o partido domina o Estado e a nomenklatura domina o
partido.
É
isto o que as caras ‘engraçadinhas’ têm para oferecer, além da eutanásia e da
mudança de sexo.
E
é de mãos dadas com esta gente que o PS governa o país.
P.S.
- Os concursos públicos foram criados para acabar com o escândalo das nomeações
partidárias. E os mandatos dos gestores públicos foram implementados para os
tornar independentes dos ciclos políticos. Ora, sem explicações, este Governo
começou a fazer tábua rasa de uma coisa e outra. Demitiu o presidente do CCB,
António Lamas, demitiu o presidente da Compete, Vinhas da Silva, demitiu o
diretor-geral das Artes, Moura Carvalho, demitiu a direção da Segurança Social,
presidida por Clara Birrento, e nas últimas horas houve novas demissões a meio
dos mandatos e mais nomeações sem concurso público. Como é isto possível? Os
concursos e os mandatos foram criados para quê?
O Governo socialista mostra assim o seu amor à democracia.
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