A longa estagnação da
economia em Portugal
O Observador apresenta, em pré-publicação,
o quinto capítulo do livro publicado esta semana por Fernando Alexandre, Luís
Aguiar-Conraria e Pedro Bação. O prefácio é de Durão Barroso.
1-A longa estagnação
2-A mais longa paragem dos últimos 100 anos
3-Uma economia pouco transaccionável
4-Relações perigosas
É comum ouvir que o aumento da dívida em
2009, em Portugal, foi, em parte, responsabilidade dos líderes europeus — que
teria dado ordem para gastar e, assim, mitigar os efeitos da crise. Mas os
termos exatos dessa ordem para gastar “não foram bem compreendidos por alguns
governos, sempre desejosos de gastar mesmo quando tal não lhes é solicitado e
muito mais quando tal lhes é sugerido”. A crítica é de Durão Barroso, que
revela, também, que para o FMI a saída da Grécia da zona euro era “uma
possibilidade e uma probabilidade” e que Angela Merkel tinha “hesitações
persistentes” a respeito da permanência da Grécia no euro. As revelações do
ex-primeiro-ministro e ex-presidente da Comissão Europeia constam do prefácio
de um novo livro que é apresentado esta quarta-feira — Crise e Castigo: Os
desequilíbrios e o resgate da economia portuguesa –, por Fernando Alexandre,
Luís Aguiar-Conraria e Pedro Bação, com o apoio da Fundação Francisco Manuel
dos Santos. O Observador faz a pré-publicação do capítulo dedicado à “longa
estagnação” singular de Portugal.
A longa estagnação
“A Europa foi um excesso de aspirações. É
hoje um desapontamento desmesurado. Mas nem tudo se deve à Europa. Nem tudo o
que de progresso se verificou nos anos sessenta a oitenta do século XX se ficou
a dever à Europa. Nem tudo o que de crítico ocorreu nos anos noventa e nos
primeiros do século XXI foi causa da Europa. Os nossos erros, as nossas políticas
desajustadas e os nossos defeitos são seguramente os principais responsáveis.”
António Barreto, Portugal Europeu?, 2.º
Encontro Presente no Futuro da FFMS, 2014
“(…) é um capitalismo antiliberal porque
protege os que estão instalados. É o contrário do capitalismo porque destrói a
força criadora e as novas oportunidades. O sistema em que vivemos era esse
capitalismo de Estado.”
José Ferreira Machado, ex-Director da
Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, em entrevista à Rádio
Renascença, 15 de Janeiro de 2015
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