Por: Costa Pereira - Portugal, minha terra
Guimarães é das nossas mais importantes
cidades históricas, sendo o seu centro histórico considerado Património
Cultural da Humanidade. Do topónimo, inicialmente Vimaranes, supõem-se
relacionado com Vímara Peres, dos meados do séc. IX, que fez deste sitio o
principal centro governativo do Condado Portucalense que tinha conquistado para
o Reino de Galiza, onde veio a falecer. As sua ruas e monumentos exalam
história e seduzem o visitante. No seu castelo é tradição bem fundamentada ter
nascido D. Afonso Henriques, o Fundador, por isso à cidade se dá a designação
de “ Cidade-berço”, pois foi ali que nasceu o nosso primeiro Rei, e na batalha
de São Mamede, nasce Portugal. Construído no século X pela Condessa Mumadona,
que para proteger a comunidade cristã dos ataques dos mouros ao seu mosteiro,
também carecia de fortificações, só dois séculos depois os pais de D. Afonso
Henriques ampliaram o castelo, dando-lhe a aparecia que mais ou menos tem hoje.
Quando por volta de 1960, nele entrei e subi às suas torres senti dó, perante a
ruína e total desprezo por esta pérola da história de Portugal.
No Largo da Republica do Brasil, também
conhecido por Campo da Feira, um amplo espaço ajardinado tem como motivo de
especial atracção um dos apreciados monumentos da cidade: a igreja de Nossa
Senhora da Consolação e Santos Passos. A sua origem remonta ao séc. XVI, na
construção ali de uma pequena ermida. Em 1785 essa ermida dá lugar à nova
igreja, então concluída. Templo barroco, onde acrescentaram duas torres na
frontaria um século depois, além da escadaria e a balaustrada. O culto a Nossa
Senhora da Consolação determina a ereção canónica da Irmandade em 1594, por
Frei Agostinho de Jesus. Em 1878,é agraciada pelo Rei D. Luís I, com o titulo
de Real Irmandade. É também conhecida por igreja de São Guálter. Um monumento
do séc. XVII, que como igreja é a mais sedutora da cidade, atraí a atenção dos
visitantes pela beleza das suas torres similares, do séc. XIX e do seu acesso
ajardinado que vem do centro da cidade. Do séc. XIX é ainda a Casa do Despacho
e a capela do Senhor dos Passos. Postal enviado em 21/4/75 pelo meu saudoso
cunhado “Pereirita”.
São
Torcato é uma vila rural dos arrabaldes da cidade vimaranense, famoso pelo
santuário consagrado ao seu patrono, um dos primeiros evangelizadores da
Península Ibérica, no séc. VIII. Situada na margem esquerda do rio Selho, este
lugar de romagem é com outros, como a Penha e a igreja de Nossa Senhora da
Oliveira, pontos de referência para visitar na “Cidade-berço”. O edifício dos
finais do séc. XIX é de granito, com elementos de inspirado “gótica, românica e
clássica”. As obras em acabamento, são de canteiros formados na Escola de
Cantaria da Irmandade de São Torcato. No seu interior deparamos com o corpo
incorrupto de São Torcato, que é motivo de fé, admiração e curiosidade dos
muitos devotos e estudiosos que ao bem-aventurado se consagram. Conhecida pelo
seu folclore, em São Torcato se realiza desde 1852, no 1º Domingo de Julho,
umas das maiores e mais animadas romarias do Minho. Das muitas curiosidades
esta preferida de Amaro das Neves, merece transcrição, conta:
“Por volta de 1637, uma delegação da
Colegiada de Guimarães foi à sepultura de S. Torcato, abriu o túmulo e
verificou que o corpo continuava inteiro. Mas apenas até àquele momento. É que
o mestre-escola da Colegiada, Rui Gomes Golias, fundador do morgado das
Lamelas, sentiu o apelo irresistível de arrancar, com os dentes, o osso de um
dos tornozelos de S. Torcato. Levou-o para a capela da sua casa (hoje o Arquivo
Municipal Alfredo Pimenta, em Guimarães), onde ficou até à morte do cónego,
altura em que as sobrinhas o entregaram à colegiada. Em Dezembro de 1662, uma
procissão fez a trasladação da relíquia da Capela das Lamelas para a colegiada
e, hoje, o calcanhar pode ser admirado no Museu Alberto Sampaio”. Ao saudoso
padre Guedes devo este postal, enviado, em 3/3/72.
Esta é a ponte centenária que os “amigos”
de Mondim e da região de Basto se batem para destruir, a troco de uma
“banheira” que a ser construída mata por completo este pedaço de beleza natural
e elo que liga aqui o Minho a Trás-os-Montes. Ponte sobre o Tâmega, que nasce
na serra de São Mamede, Espanha, o histórico e sagrado Tameobrigos penetra por
Portugal dentro, para em Entre os Rios, tombar no Douro. Construída no reinado
de D. Maria I, em 1882, para assinalar o centenário da sua construção, em
1982,a Câmara Municipal de Mondim de Basto, mandou editar uma medalha
comemorativa. É pana que por interesses de ocasião se deixe destruir o
património quer histórico, quer natural, e andarmos preocupados com arranjar meios artificiais para cativar
turistas. Olhem se alguém se lembrou de defender a Linha do Tâmega, desativada
a 01 de Janeiro de 1990 !!!. Mas daí, resultou: o povo de Basto, a troco de um
comboio, ganhar uma Ecopista….Este postal não tem data, mas é uma edição do
fotografo mondinense Carlos Costa.
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