BARROSO da FONTE |
A propósito dos últimos incidentes
ocorridos no Bairro da Ameixieira, zona Alta de Lisboa, chegou-nos do Canadá,
de um Português que para ali foi desterrado pela enxurrada da «descolonização
exemplar», um comentário que diz ser de lavra de Barra da Costa, nome que
pertenceu a um dos serviços mais importantes do país que é a PJ. Quem o conhece
das suas intervenções televisivas sabe quão arrojado é e como tudo seria
diferente se ele tivesse o comando de métodos que podem desagradar a dez ou
quinze por cento, mas teria o apoio de 80% da população.
Entre nós que trabalhámos, produzimos, e aprendemos à nossa custa, estes
episódios marginais já não têm a reprimenda, nem motivam as forças da segurança
para que cortem a direito e se façam respeitar.
O que se ouve, se diz à boca cheia e se comenta, em surdina, é que já
não vale a pena arriscar, cumprindo a ordem pública, porque, se as forças da
autoridade, prendem os marginais e há alguma coisa que corre mal, a escumalha,
é posta em liberdade e quase lhe pedem
desculpas públicas. Os agentes da autoridade apanham esses
arruaceiros,elaboram a participação para
entregar ao Juiz com o preso. Dali a poucas horas, o juiz manda os
marginais em liberdade, enquanto os agentes, gastaram horas a fazer a
participação, certamente nem dormiram, nem comeram e o transgressor vai
celebrar com o bando a que pertence, enquanto o agente, fica na esquadra,
arrumar o serviço que interrompera. E isto na melhor das hipóteses, porque, em
muitos casos, é o agente que fica ferido ou perde uma arma. E corre o risco de
ser punido pela perda da arma, pelo acidente com o carro de serviço ou até pelo
ricochete de uma bala fortuita que
atirou sem intenção de matar mas que matou mesmo ou casou estragos.
Nos dias que passam ser agente da autoridade é das profissões piores e
mais mal pagas que existem em Portugal. Só por absoluta falta de outros
serviços um jovem pode escolher essa profissão. Por gosto só quem for muito
corajoso ou esteja desesperado por falta de trabalho.
Exemplos do que acabo de afirmar repetem-se todos os dias, em todas as
cidades e vilas deste país que nos últimos anos regrediu em formação cívica, em
libertinagem, em crime organizado, em indigência travestida de formação
superior.
Aqueles que como Boticas Fernandes construíram a sua vida nas Províncias
de Angola ou Moçambique e tiveram de procurar um recomeço, a partir do nada,
vivem hoje amargurados e envergonhados, pela degradação social e política do
país onde nasceram. Estão atentos àquilo que por cá se passa. E alguns mais
espevitados não deixam passar em claro, desacatos como aquele que se deu entre
etnias ciganas, numa zona problemática de Lisboa. Para quem cá vive já nem liga
a esta estranha forma de vida, como cantava a nossa grande Amália. Mas algumas
vítimas inocentes daquele tenebroso abandono de Angola, Moçambique, Guiné ou
Cabo Verde, casos como este merecem ser registados para ver se acordamos os
nossos políticos, de todas as orientações ideológicas.
Fica o relato que Barra da Costa escreveu
sobre os desacatos no Bairro da Ameixoeira, zona Alta de Lisboa. Subscrevo esta
sátira social e política.
«Polícias baleados, bandidos em fuga e
pelo menos uma mulher morta. Dois grupos rivais aos tiros, ao fim da tarde,
qual Quinta da Fonte há uns anos, com caçadeiras a trabalhar no meio das ruas
do bairro.
Continua a ser proibido em Portugal
democrático dizer o nome da etnia a que pertencem estes trabalhadores, apesar
de nunca ninguém os ter visto com uma enxada na mão ou a tirar a carta de
condução.
De qualquer maneira é um acontecimento
raro e também por isso merece ser noticiado. Muitos gostariam que se escrevesse
uma notícia com um título bombástico, por exemplo, « Lelos com armas» disparam
caçadeiras sobre polícias violentos. Mas nós gostamos mais de ser justos e não
queremos confundir o «nosso» país com uma república das bananas e por isso
dizemos apenas que alguns parasitas, em minoria, continuam a sugar a maioria de
imbecis que trabalham todos os dias no duro para depois descontarem para esses
infelizes e explorados comprarem cartuchos, que depois enchem de chumbo grosso
com o dinheiro que recebem através de subsídios, quando estacionam os seus
carros de luxo à porta da Segurança Social, para mamar do Estado socialista e
social democrático – quer dizer, nós – o mesmo Estado que vê os seus homens –
quer dizer, braço armado legítimo - serem feridos.
Aquela esquerda que lhes dá casas, casas
que quem trabalha tem de pagar sem bufar; casas e não só, em troca dos votos
que essa gentinha lhes dá.
E andam os governantes preocupados com os
terroristas do Oriente, quando têm terroristas bem no coração deste paraíso
criminal, auto denominado Portugal?
Lembremo-nos que a justiça portuguesa está a fazer a vida
negra a pelo menos um agente de autoridade, só porque este, no cumprimento da
lei, matou um filho de um casal de vermes que levava o puto para entrar nos sítios
mais estreitos…
Claro que em todo o lado há gente boa e
gente má. Mas gente desta não merece condescendência...»
Barroso da Fonte
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