BARROSO da FONTE |
A
comunidade Transmontana resistiu sempre à tirania dos opressores, foi esmagada
com o desprezo social e político e foi-se arrastando com a fé de procissão,
como dela escreveu Torga.
Alguns dos seus filhos mais ousados também
sofrerem, fugindo de noite, por caminhos planálticos, íngremes e vazios de
alimentação. Uns embarcaram,clandestinamente, em navios de carga, entre
mercadorias, como coisa inútil. Outros extorquindo dinheiros e outros bens, a
troco de serviços traiçoeiros que terminavam, quase sempre, ao primeiro sono.
O atraso social da comunidade
Transmontana, à luz desta realidade humana foi evidenciada pelo Investigador
Daniel Melo no artigo Aquém do Marão – O associativismo regionalista
Transmontano em Portugal e na Diáspora, publicado na Revista Sociologia, Problemas e Práticas, nº 50,
2006, pp. 67-87». Aí escreve que «originalmente, o associativismo regionalista
surge no contexto de sociedade com forte componente rural e liga-se amiúde a
fenómenos de migração rural para grandes
e distantes polos urbanos».
Foi neste contexto que nasceu em Lisboa o Clube Transmontano em 1905. Em
16 de Janeiro de 1960, aquele Clube passou a chamar-se Casa de Trás-os-Montes e
Alto Douro. Desde aí foram criadas congéneres dessa centenária instituição no
Brasil, em Luanda, Guimarães, Coimbra, Porto, Braga, Algarve e em Viana do
Castelo.
A
Casa do Porto nasceu em 30 de Outubro de 1984. Depois da de Lisboa, foi a do
Porto que primeiramente comprou sede, na Rua de Costa Cabral. Como sócio
Fundador nº 1, após a experiência da congénere de Guimarães, sabíamos quão
difícil seria, passados os primeiros entusiasmos, conseguir meios para custear
a renda. Chegaram a ser 2.100 aquelas e aqueles que aderiram. Hoje apenas cerca
de 200 pagam quotas....Por ali desfilaram muitos e importantes eventos
culturais, comerciais e de índole
turística. Alguns dos mais badalados eventos promocionais, como as feiras do
Fumeiro em Montalegre, do Azeite e do Mel nos concelhos da Terra Quente, do
Folar em Valpaços, do Vinho de Murça, etc. foram apresentados aos audiovisuais nesse espaço
associativo. Por ali passou em parceria com as restantes casas regionais a
organização do III Congresso Transmontano (em Bragança, em 2002). Ali se teve a
ideia e se formalizou a Federação das Casas Regionais, de tal maneira que o seu
primeiro Presidente, fez questão de presidir à abertura e fecho desse acontecimento
que a Câmara de Bragança, mais o seu Presidente Jorge Nunes, heroicamente,
concretizaram.
Nunca tanta gente, ao mesmo tempo e por tantos
dias seguidos, esteve concentrada em torno da mesma causa, desde políticos a
representantes das mais importantes e
diversificas instituições públicas e privadas. Dessa importância e das
conclusões do III Congresso, escreveu quem mais, ao congresso deu: o Engº Jorge
Nunes, o então Presidente da Câmara. Esse relato saiu a público na edição de 14
de Fevereiro ultimo (2016) do Jornal Nordeste. Três paginas que dão um exemplo
claro, objetivo e isento, sendo que não refere mágoas que alguém lhe causou,
injustamente, podendo, enquanto está vivo, acusar quem tudo fez para o ofuscar.
Quem ler esse relato recordará que uma das conclusões foi repetir o Congresso
de 5 em 5 anos. Já passaram treze. E nada, nem sequer mais se falou da
Federação das Casas Transmontanas...
Retomo o fio da notícia sobre a posse dos
órgãos Sociais da Casa do Porto.
Francisco Diogo Fernandes e Barroso da Fonte, continuam a presidir à Assembleia Geral e Conselho Fiscal. A nova
direção passou a ter: António Moreno, João Moura, Noémia Gonçalves, Francisco
Aguiar, Urbano Azevedo, Agostinho Rafael, Mário Lage, Agostinho Barrias,
Fernando Alves, Joaquim Morais e José Lhano. O ex-Presidente da Direção que
completou dez anos (cinco mandatos) transitou para vice-Presidente da AG. A
posse vai ser conferida dia 30 do corrente, após um almoço na Sede social com
todos os ex-presidentes da Direção
vivos.
Barroso
da Fonte
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