Desde a sua entrada em Vilar de Ferreiros
que também o seu labor na paróquia começou por ser acompanhado e divulgado pela
imprensa regional que logo notou no “padre novo” de Vilar algo que não era
habitual ver. Isso valeu que mais tarde aparecesse publicado um comentário a
dizer: “Sacerdote exemplar e pároco atento às carências espirituais e humanas
dos paroquianos, a sua acção ficou marcada logo no inicio da sua chegada a
Vilar, na década de 60, quando confrontado com a pobreza de alguns paroquianos se lançou na
construção de habitações e solicitou apoio alimentar à Caritas para os mais
necessitados. Entretanto vieram dias melhores e a briosa iniciativa deixou de
ter sentido, pois cada um passou a usar da sua cana para pescar”.
Noutra local consta registado: “Mas o papel mais importante do abade Correia Guedes foi e é o desempenhado, na condição de pároco de São Pedro de Vilar de Ferreiros, como Presidente da Irmandade de Nossa Senhora da Graça, e que se pode ver bem realçado na obra ali realizada e muito louvada por todos quantos sobem ao cimo do Monte Farinha, mormente os devotos de Nossa Senhora e do Santinho, Santiago”. Já não é, mas ficou a memória.
Em blog meu escrevi, em
Abril de 2013: “Nas minhas "velharias" fui encontrar esta foto
alusiva a uma das grandes peregrinações de Setembro, no Monte Farinha, onde se
reconhece bem o então bispo da Diocese, D. António Cardoso Cunha; o arcipreste
de Mondim de Basto, Sr. Padre Domingos; o "gigante com coração de
pomba", Sr Padre Correia Guedes; e o "mestre florestal", Sr.
Teixeira, de Sobreira, e outros cujo nome ignoro. Dos citados já só o Sr Padre
Guedes faz parte do nosso mundo terreno, mundo no qual a missão sacerdotal, a
exemplaridade do cidadão e o espírito de serviço e verdade do Padre Guedes muito
têm contribuído para tornar esse "Mundo Melhor". De D. António
Cardoso recordo para lembrar que não foi sem antes medir bem a decisão que a
Diocese de Vila Real - primeiro graças a D. António Valente da Fonseca - tomou
de devolver a administração da Ermida do Monte Farinha à paróquia de São Pedro
de Vilar de Ferreiros, pondo fim a uma abusiva usurpação de direitos paroquiais
que vinha do tempo da 1ª Republica”. Recordo porque também já o Padre Manuel
Guedes deixou de fazer parte dos vivos a que faz referencia a noticia. Sem foto
para ilustrar, recordo ainda o “1º Encontro da colónia de Vilar de Ferreiros,
em Lisboa”, que sem precisar o ano, sei foi na década de 60. Assim
referido: “A colónia de Vilar de
Ferreiros em Lisboa, por meados da
década de 60 deu inicio a um convívio anual, cujo 1º me recordo decorreu na
Casa Pia (instalações de Pina Manique - Restelo) e foi animado pelo Rancho da
aldeia de Vilarinho. Com o rancho, vieram então muitos residentes da freguesia, entre eles o respectivo abade, Sr.
P. Manuel Guedes, que celebrou na histórica igreja da Memória (à Calçada do
Galvão) para todos os participantes desse convívio”. Encontro que deixou de
continuar fazer-se, por falta de organizadores.
Promotor de eventos
paroquiais como no Dia do Pai, festejar a data na capela do Fojo, foi
iniciativa sua, que em Março de 2009 era citada, assim: “Como já vem sendo
tradição, para festejar o "DIA do PAI ", os "Josés" de
Vilar de Ferreiros e demais freguesias vizinhas reúnem-se anualmente no dia 19
de Março à volta de uma celebração Eucarística que tem lugar na capela do Fojo
e cujo patrono é São José”. Deixa trabalho feito que vai perpetuar seu nome na
memoria das gerações atuais, como se prolongará de geração em geração neste
freguesia e nas demais onde o seu múnus e zelo sacerdotal se fez sentir.
Gastou-se ao serviço da Igreja e das almas, motivo que por ocasião do seu
ultimo aniversário natalício anotei: “Com 58 anos de sacerdócio vividos e
postos ao serviço do concelho de Mondim de Basto, como pároco e agora capelão
do Lar da Misericórdia, o abade Guedes é por direito não filho adoptivo, mas um
mondinense de corpo e alma. Pelo seu aniversário natalício, os meus parabéns e
votos de um 04 de Julho para repetir”. Não foi assim que Deus determinou, antes
o quis junto de Si. Com certeza que lá o
tem muito feliz. ”Natural de Torgueda (Vila Real), onde nasceu a 04 de Julho de
1932, o padre Manuel Joaquim Correia Guedes foi ordenado sacerdote a 21 de
Setembro de 1957. Durante todo esse seu múnus sacerdotal foi gasto ao serviço
do concelho de Mondim de Basto, que amava como terra sua, e de forma particular
a freguesia de Vilar de Ferreiros, sua terra adoptiva, onde faleceu no passado
dia 03. Não se importaria nada se os seus restos mortais ali fossem sepultados.
Mas a família, e bem, quis leva-lo a sepultar na terra onde repousam os seus
antepassados. Torgueda merece essa honra. No dia 04, após a missa de corpo
presente, às 14h30, presidida por D. Amândio Tomás, e que cerca de 30
sacerdotes concelebraram, o cortejo fúnebre partiu pelo Bilhó, capela de São
José do Fojo, Ermelo e Campeã, em direcção a Torgueda. Esta foi para mim, uma
das muitas vezes em que me desloquei à minha aldeia natal e que regressei sem
sustentar e fortalecer com palavas aquela amizade que mutuamente nos unia. Não
faltei no momento doloroso e ao regressar desta ultima visita que a nossa
amizade solicitou prometo que jamais deixarei de diariamente o recordar a Nossa
Senhora da Graça”. Recortes duma eterna amizade.
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