quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Por Terras do Demo e Aquilinianas da Soutosa, no I Festival das Serranias - Jorge lage



Jorge Lage
Por Terras do Demo e Aquilinianas da Soutosa, no I Festival das Serranias Gosto da Beira Alta, de concelhos como o Sabugal, Guarda, Pinhel, Celorico da Beira, Trancoso, Penedono e Moimenta. Por isso, quando me fazem algum convite, só não vou se não puder ir mesmo. Desta vez, o primeiro contacto veio do Alberto Correia, Grão-Mestre da Confraria da Castanha dos Soutos da Lapa, para eu estar presente no «I Festival Serranias Sabores e Tradiçõs», na Soutosa (Moimenta da Beira), dia 7 e 8 de Novembro, e ali apresentar o meu livro, «Memórias da Maria Castanha». Depois, foi a assessor de Imprensa do Município de Moimenta da Beira, Rui Bondoso, a formalizar o convite e a enviar-me o Programa. Deste constava, dia 7, sábado, Matança tradicional do porco, mata-bicho, almoço tradicional em potes de ferro e à lareira, com açorda de bacalhau, torresmos, sarrabulho. De tarde, houve o passeio pedestre pela serra e margens do rio Paiva, magusto tradicional e desmancha do sacrificado porco. Já noite, seguiu-se a inauguração duma Exposição fotográfica de grande qualidade e de vários autores, sendo alguns ali premiados. E pelas 18H30, o Auditório da Biblioteca pessoal de Aquilino Ribeiro, da Casa Museu da Fundação Aquilino Ribeiro, abriu-se para ali ser apresentado o livro, «Memórias da Maria Castanha», com a presença de todo o elenco camarário, presidindo à mesa o Vice-Presidente, Francisco Cardia, e foi apresentador Rui Bondoso. Falou-se do autor e do livro que teve um trabalho hercúleo por trás, com muita hora de escrita e milhares de quilómetros para investigar. Ali encontrei e deixei gente amiga e outra já conhecida. Deixei ali gente boa, hospitaleira e franca. Gente das Terras do Demo, que de Demonho só tem o clima agreste, e já não é pouco para quem ali vive. E se Demo houvesse bastaria Santa Maria ou a Sr.ª da Lapa, a pedir meças com o grande Santuário dos Remédios, a algumas dezenas de quilómetros. Mas, a Serra da Lapa é já em si um santuário abençoado, a quem os romeiros, peregrinos e devotos de Lamego e de outras localidades levavam os cordões de castanhas ao pescoço, para se redimirem dos pecados duma vida dura e de poucos mimos, como é em geral a vida da nossa gente rural do Interior. Dos cordões de castanhas e bilhós floresceu a região demarcada da Castanha dos Soutos da Lapa, em que a castanha «Martaínha» rima com «Rainha», das castanhas e da «Rainha do cèu» (ou da Lapa). O Programa prosseguiu com a actuação da Orquestra «CemNotas». Assisti a metade por que os ossos já reclamavam repouso. Na manhã de domingo, prosseguiu o programa com uma feirinha tradicional, arrozada de sanchas e feijoada ao almoço, com muita animação e concertinas a puxar pelos mais pacatos ou desabituados dos convívios de outrora. Eu preferi rumar à Sr.ª da Lapa, contornar a imagem deslisando entre as apertadas fragas, comprar pão da Sr.ª da Lapa (mal cozido) e abastecer-me de maçãs e queijo da região a um preço baixo e regressar. O festival «Serranias Sabores e Tradições» foi organizado pelas Associações de Soutosa, Peva, S. Martinho e Segões, com o apoio dos «Baldios Terras de Aquilino Ribeiro», da União das Freguesias de Peva e Segões e do Município de Moimenta da Beira.


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Uma ideia peregrina