Um mês de governação do partido
socialista, com o apoio parlamentar das outras duas esquerdas e quase dois de
malabarismo, desde o quatro de Outubro, não consolidaram a legitimação politica
deste “governo”. Nem consolidará porque será sempre vista por uma grande
maioria dos portugueses como um “arranjinho” dos do costume. Por essa razão
procuram arranjar uma “figura do ano” e, de quando em vez, lá aparece um
“senador” em programa televisivo, insistir na sua constitucionalidade.
O governo de Costa é legal, mais
nada do que isso. Séneca diria: “aquilo que a lei não proíbe, proíbe a
decência”.
O governo de Costa não é
sustentado numa Coligação, onde todos os parceiros deviam participar. Nenhum
dos partidos que o sustenta parlamentarmente possui uma percentagem
de votos convincente. A papelada que assinaram não suporta devidamente o
governo (só não caiu há uma semana porque o PSD o consentiu), porque se não
inscreve num verdadeiro acordo.
Ou seja, é uma solução
malabarista que não teve como objectivo o bem geral, mas sim os interesses de
seita.
Por estas razões, e outras que a
seu tempo surgirão, o “tempo novo” de Costa é o tempo do Conde de Lampedusa, no
“Leopardo”, na frase atribuída a Tancredi, sobrinho de Dom Fabrizio; ou o de George
Orwell no “Triunfo dos Porcos”, com Napoleão a ditar as regras – a mudar o 7º
mandamento: “Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que outros”.
Armando
Palavras
Actualizado a 6 de Janeiro
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