terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Comer enchidos e enlatados ou carnes processados com moderação ... - Jorge Lage



Jorge Lage
Comer enchidos e enlatados ou carnes processadas com moderação… A informação sobre enchidos, fumeiro e carnes processadas, colando-as às doenças de foro oncológico do aparelho digestivo causo impacto negativo nos consumidores. Mas, se os leitores se lembram, em tempos, combati as prepotências de certas políticas da ASAE, por serem contra os nossos produtos criados em ambiente natural e promoverem os produtos de boa apresentação, à base de produtos cancerígenos. Assim, há anos, as vendedoras do Mercado de Lagos (Algarve), queixaram-se-me que a polícia alimentar lhes proibia que vendessem os figos algarvios, criados e secados, em meio natural ou biológico, incentivando-as a comprar figos turcos bem apresentados com cancerígenos. Fiquei chocado, sendo eu um rural até à medula da alma. Fiquei com a convicção que os mandantes europeus e os executantes lusos estavam ao serviço dos grandes grupos económicos mundiais.

Lembrei-me do tempo em que mandavam queimar a carne vacum açoriana, criada em prados naturais, impingindo-nos a carne com hormonas e rações que nos levaram ao síndroma das vacas loucas. Recordo, a perseguição às amêndoas confeitadas de Portalegre e outros casos de produtos genuínos e naturais. Depois, entrava-se numa superfície alimentar e a maioria das frutas importadas de belo aspecto mas tresandavam a pesticidas. Os lacticínios tinham (e têm) uma quantidade de corantes e conservantes (sob a forma de código «E’s»). As carnes e ovos de aviário, criadas com rações com hormonas, são promovidas e os produtos do galinheiro, de coelheira ou do curral sofrem perseguição. As poderosas multinacionais alimentares impingiram à Europa os transgénicos ou produtos geneticamente manipulados, não se sabendo quando e como a Mãe Natureza nos vai apresentar a «factura». Por defender a biodiversidade e os produtos orgânicos até fui insultado por uma «ave de arribação» que me quis colocar contra o ex-Presidente do Município de Vila Flor, que muito estimo e admiro. Como cidadão e pessoa da ruralidade, já vivi o suficiente para absorver os principais saberes seculares que os antepassados e principalmente os meus pais me transmitiram. Assim, aconselho os amigos leitores a fugirem, sempre que lhes seja possível, dos produtos com corantes e conservantes e geneticamente manipulados e a optarem pêlos nossos bons produtos. Os enchidos e enlatados ou as carnes processadas ou de aviário devem ser comidas com moderação. O resto é quererem tapar-nos o sol com a peneira. Por isso, sou um frequentador assíduo do Mercado Municipal de Braga e cliente das lavradeiras, ainda que tenha que me levantar às seis da manhã. Já não sei qual é o sabor de um ovo de aviário. Até a gradura levo da minha irmã. Sinto que um prego ou um bom bife da carne de gado barrosão, a melhor do mundo, criada nos lameiros, me dão saúde e felicidade. Tudo o que comermos em excesso é prejudicial, como diziam os antigos, «no meio está a virtude». No meio ou no equilíbrio. Há muita informação que é paga com a mira no lucro e para nos desviarem de uns produtos e nos influenciarem com outros piores.

Provérbios ou ditos:
      Quem emprenha no bilhó faz a segada ele só.
      De Todos-os-Santos ao Advento, nem muita chuva, nem muito vento.
      Mais vale uma palavra antes que duas depois.

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