"O novo Governo
mostra aquilo que tem sido a política portuguesa ao longo dos últimos anos, que
é um certo amiguismo, relações pessoais, familiares e de negócios transpostas
para a governação. Até nas pessoas. Algumas delas que estiveram na condução do
país para a situação catastrófica do endividamento", disse Henrique Neto,
em Lisboa.
O candidato a Belém
apresentou, esta tarde, um estudo intitulado "Destruição de riqueza em
Portugal nas últimas duas décadas: 1995-2014", de acordo com o qual, nos
últimos 20 anos, Portugal terá "destruído, desperdiçado ou aplicado mal
uma riqueza que se pode estimar entre os 150 e os 200 mil milhões de
euros".
Segundo o candidato
presidencial, citando o estudo, o "esbanjamento" deveu-se, em grande
parte, ao "enriquecimento de pessoas ligadas ao sistema político",
falando mesmo de uma "corrupção profunda".
Nesse sentido, Henrique
Neto considera que "este conluio, esta aliança entre a política e os
negócios, não mostra sinais de mudança", o que o leva a mostrar muitas
reservas em relação ao novo executivo, mas também em relação à ligação entre os
partidos aos candidatos presidenciais.
"Marcelo Rebelo de
Sousa é o candidato da direita, Sampaio da Nóvoa é de uma fação do PS e Maria
de Belém é de outra fação do PS. Claro que isso não invalida que todos se
reivindiquem de independentes, mas é pena que não o tenham dito antes, como no
tempo de José Sócrates ou no tempo de outros acidentes que nos conduziram a
isto".
Antes, já Ventura Leite,
antigo deputado do PS e autor do estudo sobre a destruição de riqueza no país,
tinha sublinhando que a "riqueza desperdiçada", afirmou que, caso
"o investimento tivesse sido bem aplicado", o país "teria sido
muito diferente".
"Não era possível,
com políticos medíocres, Portugal ter este esbanjamento. Aquilo que explica o
descalabro é que alguém teve de intervir neste processo com interesses. Os
políticos tiveram de intervir com negócios. Este descalabro não é obra do acaso
nem uma fatalidade, é produto de uma coligação clara entre política e
negócios", disse.
Fonte: Noticias ao minuto
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