sábado, 28 de novembro de 2015

Passos e Portas cumpriram, não falharam! E o Presidente também.


Pedro Passos Coelho e Paulo Portas cumpriram, não falharam os objectivos para que foram eleitos em 2011, sufragados nas urnas por voto popular, a essência da democracia – salvar o país da bancarrota.
Rui Ramos em artigo no Observador, respiga: “Em primeiro lugar, Passos executou o Programa de Ajustamento negociado pelo PS em 2011. Reparou a credibilidade do país, e habilitou Portugal para beneficiar de alguma benevolência da troika (todas as metas do memorando foram revistas) e da cornucópia monetária do BCE. Pôs o Estado a financiar-se outra vez no Mercado das Obrigações. Acima de tudo, conservou Portugal no euro, o que em 2012 quase ninguém julgava provável. Mas mais: permitiu ao governo alemão tratar a Grécia como um caso isolado, em vez de como outra prova de que a zona euro hospedava um conjunto de países condenados a um despejo litigioso.
Mas tão importante como isso para Costa, Passos carregou sozinho o “fardo da liderança” (célebre expressão de Vítor Gaspar) do ajustamento. Deu assim ao PS a opção de descartar todas as responsabilidades. O partido do PEC4 pôde disfarçar-se de partido anti-austeridade; o partido da reforma da segurança social de 2007 teve a oportunidade de fingir que os “direitos adquiridos” eram sagrados. Foi desse modo que o PS se fez “alternativa”, tirou oxigénio a outros protestos, e escapou a um percalço igual ao de 1985, quando perdeu metade dos votos depois do ajustamento que então teve de dirigir.
As “posições conjuntas” de Costa com o BE e o PCP são a melhor homenagem a Passos Coelho. Se Passos tivesse falhado, Costa não teria combinado reposições com o PCP e o BE, mas os novos cortes do segundo resgate. Mais: o PS teria sido provavelmente obrigado a participar no governo durante o ajustamento, e não estaria agora em condições de abraçar comunistas e bloquistas.
Passos deixou à “maioria de esquerda” a sua suposta causa comum: o Estado social. Durante anos, os partidos da nova maioria clamaram que o governo de Passos destruíra a escola pública e aniquilara o sistema nacional de saúde. É por isso curioso que em nenhum lugar das posições conjuntas apareçam as grandes medidas para restaurar a escola pública ou o SNS. E não aparecem, porque nem a escola pública, nem o SNS foram destruídos. E não foram destruídos, porque não houve bancarrota, que teria sido, essa sim, a sua aniquilação. O “Estado social” não vive só de ideologia. Vive também das boas contas.
Costa falou ontem de um “projecto mobilizador do país”. Como? Este é o primeiro chefe de governo desde 1976 que foi derrotado e rejeitado em eleições. Estes são ministros e secretários de Estado oriundos, na sua maioria, de um governo que levou o país à bancarrota e cujo líder é hoje arguido de crimes graves. Este é um governo dependente do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda, que já conseguiram desfazer o esforçado plano de Mário Centeno. O que pode haver aqui de mobilizador, a não ser para o Partido Comunista, que já vê entretanto “razões acrescidas para a mobilização”? É esta a mobilização que convém a um governo que Costa caracteriza como “moderado”?
O facto é que a única base positiva da actual situação política é a herança do anterior executivo, que poupou o país à bancarrota e à saída do euro. Essa é a pedra sobre a qual Costa tentará agora inventar alguma “normalidade”. O presidente da república agradeceu a Passos Coelho. Costa não agradeceu. Mas bem que podia ter agradecido”.
Como afirmou Paulo Portas, em síntese,  numa intervenção comemorativa dos 40 anos do 25 Novembro, na Amadora: “Recebemos um Portugal em resgate, entregamos um Portugal sem resgate. Recebemos um Portugal com a troika, entregamos um Portugal sem troika. Recebemos um Portugal na bancarrota, com o esforço dos portugueses o que temos hoje é um Portugal credível. Recebemos um Portugal em recessão, conseguimos, com os parceiros sociais, levar Portugal a um ciclo de crescimento económico. Recebemos um Portugal cujo prestígio no mundo estava reduzido a pó e aquilo que entregamos é um país que é respeitado no mundo por ter superado uma crise dificílima”.



A finalizar, uma palavra para o Presidente da República. Em toda a crise foi o único que teve razão. O tempo o dirá; daqui a um ano falamos.







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