Este livro é
uma obra póstuma de Primo Levi, o químico judeu (italiano), nascido em Turim
(1919) e falecido voluntariamente em 1987. Levi suicidou-se. Esteve preso em Auschwitz
com o número 174517. A sua obra mais conhecida Se isto é um homem, é um testemunho
vivo da sua vida nesse campo de concentração. Outras obras testemunhais são,
por exemplo, A trégua, Os afogados e Os sobreviventes. São testemunhos a que
Levi denominou a sua “memória patológica” particular. Porque obriga à evocação,
que pode levar à loucura aquele que a procura conter. Um pouco como o
personagem de Borges, Ireneo Fuentes, “el memorioso”, a cuja memória nada
escapa. Sobre Ireneo diz-nos Levi: “tinha mais lembranças sozinho do que quanto
poderiam ter todos os homens que viveram desde que o mundo existe”. Para
justificar a parte mais bela (e mais conhecida) da sua literatura.
O último Natal
de guerra reúne 26 contos. Originalmente foram publicados em jornais. Marco
Belpoliti, crítico da obra de Primo Levi, relançou-os numa edição póstuma. São contos
engenhosos, uma narrativa de estrutura breve, onde se explora uma temática
diversa, mas partindo sempre da sua experiência como prisioneiro judeu nos
campos de concentração nazi – o tema central da literatura de Primo Levi.
A presente
edição dos Livros Cotovia é uma tradução do italiano de Clara Rowland.
Armando Palavras
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